O Correio da Manhã, divulgou a notícia em primeira mão, pondo as suspeitas a incidirem sobre os negócios das empresas de João Moura. 

Assim, a PJ solicitou à Câmara da Golegã informações sobre as sociedades deste secterario de estado.

Na Golegã.  uma das empresas deste secretário de Estado, a Quadradoaometro, tem um imóvel de luxo, no qual já investiu cerca de 600 mil euros.

Nas declarações de rendimentos que entregou à Entidade para a Transparência (EpT), enquanto secretário de Estado da Agricultura, João Moura declarou ser sócio de duas empresas: Quadradoaometro e Metric Memory.

Ambas as sociedades têm como sócios o sr Joao Moura  e a mulher, cada um com uma quota de 50%.

Diz o Correio da Manhã que João Moura esteve ligado a João Gama Leão, um dos grandes devedores do Novo Banco (NB), com o qual trabalhou no Grupo Prebuild, e foi acionista de uma sociedade offshore da Prebuild.

Realce-se que a ligação do atual secretário de Estado da Agricultura a Gama Leão e à offshore Legomix Trading Limited, com sede em Malta, foi feita na audição de Gama Leão no Parlamento, em maio de 2017, por Hugo Carneiro, deputado do PSD e so que se sabe, a Quadradoaometro é um gabinete de engenharia, enquanto que a Metric Memory tem diversas vertentes, uma vez que tem um turismo rural, faz animação turística, tem uma exploração agrícola e animal, importa e exporta produtos alimentares, bebidas, têxteis, vestuário, calçado, acessórios.

Tem ainda atividades de restauração e similares e faz consultoria para negócios e gestão.

Já na sexta-feira, 12.09, o mesmo jornal tinha revelado que João Moura tinha uma empresa com uma casa de luxo no Ribatejo, no âmbito de um projeto de turismo russo da Quadradoaometro, do qual é sócio com a mulher, que não foi declarada à Entidade para a Transparência (EpT).

O governante garantiu ter suspendido a quota de 50% da empresa, mas não conseguiu registar a suspensão da quota no registo comercial porque foi impedido pelo Código do Registo Comercial.

Uma vez que a casa de luxo está no nome da empresa, João Moura não a declarou à EpT, salientando não a usar como habitação, apesar de assumir que já o fez.

"Resido no concelho de Ourém há 54 anos e aí pretendo continuar a residir. Este facto não me impede que, aos fins de semana ou férias e quando as minhas funções o permitam, possa, livremente deslocar-me, permanecer ou pernoitar onde bem entender, liberdade da qual nunca prescindirei", esclareceu ao Correio da Manhã, garantindo que "não há qualquer conflito de interesses legal e ético". "Nunca, jamais permitirei que haja qualquer colisão legal ou qualquer colisão minimamente ética", assegurou.

A casa de luxo, dedicada ao agroturismo, fica localizada no largo da Feira da Golegã, com uma área total de 795 m2: segundo a autarquia, é composta por "três pisos, com 12 unidades de alojamento para hóspedes, mais uma de apoio, zonas comuns, lounge, refeições e um estábulo".

De acordo com a gerência, a empresa investiu quase 600 mil euros, sendo que a casa de luxo está avaliada em cerca de dois milhões de euros.

Na declaração à EpT, João Moura declarou a quota na empresa, mas não há referência à sua suspensão, o que, segundo fonte do setor do notariado, "a suspensão não tem qualquer efeito e a pessoa mantém-se como sócio efetivo da empresa" se esta não for registada.

Muita preocupação com o turismo rural nada com a agricultura e os fogos rurais?

Pois talvez por isso se tenha pedido a demissão do ministro da agricultura ( e de toda a sua equipa!)