Na verdade o acordo UE-Mercosul quando acontecer abrangirá os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial das maiores zonas de livre comércio do mundo.
Em 2023, lembra a delegação social-democrata em Bruxelas, a UE foi o segundo maior parceiro comercial de bens dos países do Mercosul, representando 16,9% do comércio total da região, ficando atrás da China, mas à frente dos Estados Unidos.
"Ao eliminar barreiras comerciais e discriminações, o Acordo UE-Mercosul permitirá que as empresas europeias, incluindo as PME, se posicionem de forma mais competitiva nos mercados dinâmicos do Mercosul", lê-se no comunicado, com os eurodeputados do PSD a destacar a previsível eliminação de tarifas de importação em mais de 91% dos bens exportados.
Para a delegação do PSD no Parlamento Europeu, o acordo representa ainda uma "oportunidade única" para reforçar a cooperação política e comercial com os Países do Mercosul, com os quais Portugal tem relações históricas muito importantes, valorizar os produtos europeus diferenciados, e impulsionar a exportação por parte das empresas europeias.
Na sexta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a UE e os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) chegaram a acordo político para aquele que será o maior acordo comercial do mundo.
Falando à imprensa a partir de Montevidéu, no Uruguai, onde se deslocou para a reunião de líderes da UE e do Mercosul, a líder do executivo comunitário vincou que o acordo "não é apenas uma oportunidade económica, é uma necessidade política".
Também intervindo na ocasião, o Presidente uruguaio, Luis Pou, em representação de todos os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), salientou "a relevância" do acordo.
Na reunião participou também o Presidente brasileiro, Lula da Silva, de quem Ursula von der Leyen disse esperar "esforços para proteger a Amazónia".
A UE e Mercosul têm mantido contacto regular, o que permitiu hoje concluir as negociações políticas nomeadamente em questões como os compromissos ambientais, após um primeiro aval em 2019, que não teve seguimento.
O acordo UE-Mercosul abrange os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.
Ora o problema é que este acordo UE-Mercosul ainda precisa receber o acorfo de pelo menos 15 dos 27 países-membros da União Europeia, que representam 65% da população da UE.
Recordemos que a Alemanha represents mais de 18 % de toda a população da União Europeia, a seguir da França 15 %, a Itália 13 %, a Espanha 10 %, a Polónia 8 % e a Roménia e os Países Baixos com 4 %, pelo que só a França, a Itália, a Polonia, representam 36% pelo que os 65 % nao acontecerão!
A França, alvo de sucessivos manifestaçoes de fazendeiros dizendo que o acordo traria concorrência desleal, cria uma minoria de bloqueio de países da UE com o presidente francês Macron repetiu na quinta-feira à sra Leyen que o acordo era "inaceitável no seu estado atual".
A ministra do Comércio da França, Sophie Primas, chegou a dizer que o anúncio da sra Leyen "compromete apenas a Comissão, não os Estados-membros", numa declaração à France-Presse.
A Polónia uniu-se à França, o governo italiano diz que Roma acredita que "as condições não estão reunidas" para apoiar o acordo.
Tambem a Holanda e a Áustria expressaram reservas.
Ora esta informação torna pouco credivel a “vitoria” da sra Leyen e lamentamo-lo tambem de Lula da Silva