Segundo o portal Metrópoles, a decisão foi tomada depous da  reunião de emergência realizada na noite de quarta-feira, 30.07, no Palácio do Planalto.

Em vez de uma reação única, a resposta será construída a partir dos impactos setoriais provocados pela medida estadunidense, com compensações específicas e abertura de negociações bilaterais com Washington.

Os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) foram encarregados de mapear os prejuízos por setor.

Segundo o Metrópoles, o vice-presidente da República e titular do MDIC, Geraldo Alckmin, deve apresentar ainda nesta quinta-feira um panorama preliminar com estimativas de perdas em volume e valor.

Haverá assim uma série de políticas direcionadas com os setores mais afetados a poderem receber incentivos fiscais, apoio financeiro emergencial ou mecanismos de estímulo às exportações, incluindo a busca por novos mercados.

Ha erá ainda  a adoção de compensações pontuais para segmentos mais vulneráveis ao impacto imediato da tarifa.

O  Itamaraty avalia o lançamento de nova ronda  de conversas com os Estados Unidos para tentar mitigar os efeitos da decisão ou negociar sua reversão.

A reunião de emergência, convocada pelo presidente Lula da Silva, contou com a participação dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

O chanceler Mauro Vieira, que está em missão oficial nos EUA, foi representado por técnicos do Ministério das Relações Exteriores.

O encontro teve como objetivo alinhar as principais áreas do governo em torno da crise provocada por Trump.

Embora nenhuma medida concreta tenha sido anunciada até o momento, a reunião serviu como ponto de partida para a definição do plano de resposta, cujas discussões começam formalmente nesta quinta-feira, 31.07.

Nos bastidores do Planalto, o clima é de cautela, mas também de firmeza.

A intenção do governo Lula é agir com rapidez, sem abrir mão do diálogo diplomático.

Como declarou o presidente Lula nesta semana, em reação às sanções: “Hoje é o dia sagrado da soberania”.

O  governo definitá nas próximas semanas o escopo das medidas a serem adotadas, com prioridade para setores como o agronegócio, a siderurgia e a manufatura, que historicamente têm forte presença nas exportações para os Estados Unidos.

Enquanto isso, cresce a pressão de entidades empresariais por uma reação proporcional. Representantes da indústria e da agricultura já manifestaram preocupação com os efeitos da tarifa e querem medidas rápidas para proteger a competitividade dos produtos brasileiros.

A crise tarifária abre um novo capítulo na já tensa relação entre o governo de Donald Trump e o Brasil, exigindo articulação política e técnica por parte do Palácio do Planalto para preservar os interesses nacionais.