E se, em vez de condenar, tivéssemos escutado o movimento Climáximo e outros ativistas ambientais há mais tempo?

A cidade de Lisboa acaba de dar um passo positivo em direção a uma convivência mais saudável com o ambiente, depois de décadas de poluição sonora e atmosférica que os voos noturnos impõem.

Numa altura em que a gestão urbana se confronta com desafios profundos, da segurança à sustentabilidade, o Governo avança finalmente com uma medida que procura restituir a paz noturna à cidade.

Esta quinta-feira, o Ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, anunciou que será implementado um "hard curfew" — uma proibição rígida dos voos no Aeroporto Humberto Delgado entre a 01h00 e as 05h00. Esta decisão, baseada nas conclusões de um grupo de trabalho dedicado aos voos noturnos, foi comunicada na Assembleia da República, no contexto da discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2025.

Esta medida não é apenas uma resposta técnica; é também uma resposta moral e ética, refletindo finalmente uma escuta atenta às preocupações ambientais de longa data. As vozes do Climáximo e de tantos outros movimentos ambientais ecoam agora com mais força, mostrando que a luta por uma cidade mais sustentável e humana, onde a natureza e o bem-estar dos seus habitantes são prioritários, vale a pena. Num tempo em que a Natureza parece responder com sinais cada vez mais graves, esta medida é uma pequena, mas importante vitória.

"A Natureza não negocia," costumam dizer os ativistas ambientais. Esta é uma mensagem clara para que as políticas públicas comecem a respeitar e a priorizar as necessidades do ambiente e das futuras gerações.