E como é que esperam que os idosos votem neles, se, a título de exemplo do modo como somos tratados, não há dia em que os elevadores e as escadas rolantes da maioria das estações do Metro não estejam avariados?

Para além dos 23,7% de idosos na população, é importante sublinhar que “a prevalência da deficiência é de 5% entre a população residente com idades entre os 5 e os 14 anos, 4% entre os 15 e os 24 anos, 11% entre os 25 e os 64 anos, e 42% para a população com 65 ou mais anos” (dados Google).

Estamos, portanto, a falar de uma percentagem significativa de cidadãos claramente negligenciados pelas políticas de mobilidade da gestão do Sr. Moedas e da coligação PSD/CDS.

Se este senhor fosse gestor de uma empresa privada, a mesma já teria falido devido à sua inoperância. Não se compreende, por isso, que ainda tenha a ousadia de se apresentar como presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a capital do nosso país e uma das cidades mais antigas do mundo.

A falta de respeito pelos cidadãos mais vulneráveis é apenas a ponta do icebergue. Lisboa enfrenta uma série de desafios estruturais e de governança que não estão a ser enfrentados com a seriedade necessária. É impossível ignorar os jardins ao abandono, os problemas crónicos de higiene urbana, a ausência de planeamento sustentável e a falta de visão cosmopolita por parte desta equipa autárquica.

Além disso, a crise habitacional em Lisboa tornou-se um problema incontornável. A cidade está cada vez mais inacessível para os seus próprios habitantes, com rendas insustentáveis e a ausência de políticas eficazes de habitação acessível. Enquanto isso, a mobilidade urbana continua a ser um desafio diário, com transportes públicos sobrecarregados, tarifas elevadas e uma infraestrutura degradada.

Por outro lado, a incapacidade de atrair e implementar soluções inovadoras e ecológicas demonstra uma falta de compromisso com a sustentabilidade. Num momento em que as grandes cidades globais estão a investir em energias renováveis, na criação de ciclovias seguras e na redução de emissões, Lisboa parece estar a perder terreno no cenário internacional.

Lisboa merece mais: uma gestão que valorize todos os seus cidadãos, independentemente da idade ou condição, e que coloque a cidade no mapa global como exemplo de inovação, inclusão e sustentabilidade. Para tal, é preciso liderança, visão e, sobretudo, ação concreta.