É com um sentido de responsabilidade e satisfação que observo, de Portugal, o exemplo de liderança ética e humanizada que o Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo, recentemente nos apresentou.

Depois de dois anos a estudar comunicação, liderança, etica empresarial, no meu Mestrado, com foco em práticas de liderança que realmente fazem a diferença, é inspirador ver que este tipo de abordagem — que tantas vezes enaltecemos em teoria — ganha vida na minha terra. Este tipo de liderança, que coloca a escuta ativa no centro da ação, não é apenas uma técnica; é uma verdadeira prática de respeito e colaboração que beneficia todos os envolvidos.

No dia 1 de novembro, o Ministro reuniu-se com associações empresariais e socio-profissionais do setor petrolífero angolano, convidando representantes de entidades como a ACEPA, ASSEA, AECIPA e a Associação de Geofísicos de Angola. As suas palavras, ao abrir a sessão, refletem o espírito de um líder que quer ouvir, compreender e, sobretudo, construir em conjunto: "Convidem-se a ouvir, tomar notas e trabalhar sobre as questões a colocar." Este é o coração da neurocomunicação, uma abordagem que tenho vindo a aprofundar e que, na prática, permite uma comunicação com máxima eficácia, porque nasce do genuíno interesse em ouvir o outro.

Este gesto do Ministro não é só uma formalidade; é um convite sincero para que todos os players do setor contribuam para soluções que beneficiem Angola como um todo. A liderança baseada na escuta ativa e na compreensão das reais necessidades dos stakeholders é o tipo de liderança que promove confiança, colaboração e um sentido de propósito comum. É como se cada voz na sala fosse uma peça fundamental do grande puzzle que é o futuro do setor petrolífero angolano.

Braúlio Brito, presidente da AECIPA, comentou que estes encontros são "muito proveitosos", pois abrem espaço para uma comunicação transparente, onde os desafios do setor podem ser abordados de forma direta e sem filtros. Paulo Maurício, vice-presidente da ASSEA, destacou a importância deste encontro como um momento de mudança de paradigma — uma mudança necessária e urgente que valoriza o conteúdo local e a sustentabilidade. Estes depoimentos são mais do que palavras; são sinais de uma Angola que deseja caminhar para um futuro mais inclusivo e colaborativo.

Para mim, que estou a desenvolver uma investigação focada no impacto da comunicação e da liderança ética, ver o Ministro a liderar com empatia e sensibilidade é como ver um ideal transformado em prática real. Há algo de poderoso na humildade de um líder que ouve, que sabe que as melhores decisões nascem da compreensão mútua. Esta postura é um exemplo de que Angola não só está a avançar no desenvolvimento económico, mas também no amadurecimento das suas práticas de liderança.

Num contexto em que "limar arestas" e aceitar sacrifícios é inevitável, o gesto do Ministro é uma mensagem de esperança. É um exemplo vivo de que uma liderança eficaz não significa apenas gerir e direcionar, mas sim compreender, incluir e valorizar. A neurocomunicação ensina-nos que a empatia e a escuta ativa são ferramentas poderosas para criar impacto positivo. Ver esta prática ser aplicada em Angola dá-me esperança no futuro e inspira-me a continuar esta jornada de aprendizagem e aplicação.

Como disse o escritor e filósofo Albert Schweitzer, "exemplo não é a coisa principal em influenciar os outros; é a única coisa".
Que este exemplo inspire não só os líderes angolanos, mas também aqueles que, como eu, desejam construir um mundo onde a liderança ética é a base de um verdadeiro progresso.

Alcina Parreira