Se há algo que distingue os campeões dos restantes, é a capacidade de não desistir quando tudo parece ruir. E foi precisamente essa a marca desta época. O Sporting venceu um campeonato onde tudo parecia jogar contra: lesões em larga escala, arbitragens polémicas, e uma sequência de trocas técnicas que, em qualquer outro clube, teriam feito colapsar o sonho de levantar a taça.
Começámos a época com uma liderança técnica que, a meio do caminho, nos deixou. Veio depois uma aposta que não resultou. E, finalmente, surgiu o nome certo, na hora certa. Ter três treinadores numa mesma época e, mesmo assim, vencer o campeonato — será, muito provavelmente, caso único na história do futebol português. Este feito não é só estatístico. É simbólico. Mostra que o Sporting já não é apenas o “clube que joga bem” — é o clube que sabe vencer em condições adversas.
Mais de metade do plantel principal enfrentou lesões em algum momento desta jornada épica. E, no entanto, quem entrou em campo — fosse titular habitual ou jovem da formação — honrou a camisola com a mesma intensidade. Não foi um campeonato ganho apenas por onze jogadores, mas por uma verdadeira família leonina. A profundidade do plantel, a competência da equipa médica e a determinação dos atletas foram fundamentais para manter viva a chama da esperança.
Num campeonato onde a arbitragem voltou a levantar dúvidas e polémicas — tantas vezes desfavoráveis ao Sporting — a equipa respondeu sempre com futebol. Com garra. Com resiliência. Houve momentos de revolta, sim. Mas nunca de desistência. E essa é a diferença entre quem reclama e quem constrói.
Mas há um ingrediente invisível — e essencial — que alimentou esta caminhada: os adeptos. O público sportinguista foi, desde a primeira jornada, o 12.º jogador em campo. Nunca deixaram de acreditar, mesmo nos momentos mais difíceis. Cantaram sempre — com alma, com paixão — que “somos campeões” e que “vamos voltar a ser campeões”. E essa crença coletiva, essa vibração nas bancadas, esse apoio incondicional… tornou tudo mais possível. A mente dos jogadores ouviu. O coração dos atletas sentiu. E juntos, em uníssono, transformaram um sonho difícil numa realidade gloriosa.
Este é um título que merece ser celebrado como poucos. Porque não foi apenas conquistado — foi sofrido, lutado, sonhado e, finalmente, alcançado com mérito. A estrutura diretiva, os profissionais de bastidores, os adeptos incansáveis — todos contribuíram para esta caminhada de superação.
Agora é tempo de comemorar. De viver este presente glorioso. E, claro, com os olhos postos no Jamor, onde dentro de dias teremos mais uma batalha épica: a final da Taça de Portugal contra o eterno rival Benfica.
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