No dia 11 de janeiro, pelas 15h, Lisboa será palco de uma manifestação que promete ecoar o grito de milhares de vozes que se recusam a permanecer caladas diante da injustiça.

Organizado pelo movimento Vida Justa, o protesto, sob o lema "Não nos encostem à parede", levará centenas de pessoas a descer a Avenida Almirante Reis em direção ao Martim Moniz, em solidariedade com a comunidade da Cova da Moura e contra a violência policial.

O catalisador deste movimento foi a morte de Odair Moniz, de 43 anos, a 21 de outubro de 2024, na Cova da Moura, Amadora. Odair, conhecido na comunidade como um homem pacífico, perdeu a vida num episódio que envolveu a polícia e que permanece envolto em mistério. Dois meses de investigação revelaram alegações chocantes de abuso de poder e negligência. Segundo relatos, um agente armado, cuja identidade não foi divulgada, permanece em funções apesar da gravidade das acusações.

"Há polícias e há quem apenas use uma farda. Esses devem ser erradicados das forças da ordem", afirma um dos organizadores da manifestação. A indignação é evidente, alimentada pela sensação de impunidade que muitos veem como comum nos casos que envolvem agentes das forças de segurança.

Uma Crise de Confiança

A morte de Odair Moniz é apenas mais um caso num histórico de episódios que têm alimentado desconfiança entre as comunidades mais vulneráveis e as forças policiais. "Quem não sabe usar uma arma não pode estar autorizado a carregá-la, seja ou não um agente da segurança", reforçam os líderes do movimento.

A Cova da Moura, uma das zonas mais estigmatizadas da Amadora, tem sido frequentemente associada a intervenções policiais violentas, muitas vezes justificadas com argumentos que não resistem ao escrutínio público. Para os residentes, episódios como este não são exceções, mas sim uma prova de que a discriminação sistémica continua enraizada.

Exigências Claras e Firmeza no Protesto

A manifestação visa pressionar as autoridades a darem respostas claras e ações concretas para erradicar o abuso de poder nas forças policiais. "Não se trata de um ataque à polícia, mas de uma exigência de responsabilidade e justiça", declara um porta-voz do movimento Vida Justa.

Os manifestantes exigem que o caso de Odair Moniz seja investigado com total transparência, garantindo que os responsáveis enfrentem as consequências legais. Mais do que isso, o protesto simboliza uma luta maior por reformas no sistema de segurança e justiça em Portugal.

Uma Sociedade Que Clama por Justiça

Martin Luther King Jr. dizia que "a injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar". A morte de Odair Moniz e os protestos subsequentes são um lembrete de que a justiça não pode ser privilégio de alguns, mas um direito fundamental para todos. Enquanto os manifestantes se reunirem no dia 11 de janeiro, o som das suas vozes será um apelo para que Portugal seja, de facto, um país onde a justiça prevaleça sobre o silêncio.

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