Ná! Na Ucrania de Zelensky e no bando de Netaniahu sá há santos e inocentes!

Ora bem o  jornalista italiano em causa foi demitido cerca de duas semanas depois de ter questionado a porta-voz principal da Comissão Europeia, Paula Pinho, ( ah santa e liberal democracia ) quanto ao eventual pagamento da reconstrução de Gaza por parte de Israel, num paralelismo com a guerra na Ucrânia.

"Têm vindo a repetir que a Rússia deverá pagar pela reconstrução da Ucrânia. Acredita que Israel deverá pagar pela reconstrução de Gaza, uma vez que destruiu quase toda a Faixa e as infraestruturas civis?", perguntou Gabriele Nunziati, então correspondente em Bruxelas da agência italiana Nova, numa conferência de imprensa do dia 13 de outubro.

A tal Paula Pinho recusou-se a responder, tendo replicado que, apesar de ser "uma pergunta interessante", não teceria qualquer comentário naquele momento…. Santa e liberal democracia uesina!

O caso veio à tona pela ‘caneta’ do diário italiano Fanpage, ao qual o jornalista contou que, entre os dias 15 e 23 de outubro, recebeu telefonemas dos seus superiores, que adotaram um "tom bastante tenso".

"Depois chegou a carta de rescisão da relação de colaboração [a 27 de outubro]", disse.

"Para mim era uma pergunta lógica. São factos", complementou Nunziati, em declarações ao El País, que como é obvio noticiou e bem o caso de censura!

O jornalista esclareceu ao jornal espanhol que não fazia parte do quadro de funcionários da agência, mas que foi destacado em Bruxelas no final de agosto, depois de ter trabalhado para aquele meio durante vários meses, em Roma.

Na prática, tratava-se de um trabalhador a falsos recibos verdes, se replicarmos o caso à luz da lei portuguesa.

"A diferença entre as posições da Rússia e de Israel foi repetidamente explicada"

"Gabriele Nunziati, nosso colaborador, colocou uma pergunta tecnicamente errada à porta-voz da Comissão Europeia", começou por explicar a Nova, num comunicado endereçado ao Fanpage.

Inacreditavel incrivel ideologia comunicacional!

Na ótica da tal Nova, "o problema é que a Rússia – país membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e, como tal, um dos cinco maiores fiadores da ordem mundial – invadiu a Ucrânia, um país soberano, sem ter sido provocada", ( e vá de esquecer a invasao ucraniana do Donbass …) ao passo que "Israel, pelo contrário, sofreu uma agressão armada", ( que justifica a destruição brutal de Gaza?)

"A diferença entre as posições da Rússia e de Israel foi repetidamente explicada ao colaborador que, no entanto, ( e muito bem!) não compreendeu de todo a diferença substancial e formal entre as situações e, pelo contrário, insistiu em considerar correta a pergunta feita, mostrando-se assim ignorante aos princípios fundamentais do direito internacional", acrescentou esta velha de velha Nova que escamoteia o direito até a “errar” nesta visao das verdades absolutas !

A Nova destacou ainda que o vídeo da interação "foi reproduzido e divulgado por canais Telegram nacionalistas russos e por meios de comunicação ligados ao islamismo político com uma função antieuropeia, criando constrangimentos à agência, na medida em que esta é uma fonte primária muito atenta à sua independência e à objetividade das informações transmitidas"…. Pois como se vê…

O caso tem ganhado repercussão em Itália, tendo a Associação de Jornalistas Italianos (ODG) e a Associação de Imprensa Romana repudiado a decisão da agência.

O Conselho Nacional da Ordem dos Jornalistas manifestou "perplexidade com o caso que envolveu o colega Nunziati", apontando que "não se pode ser demitido por ter feito uma pergunta". De acordo com o La Capitale, o organismo salientou que o papel do jornalista "é fazer perguntas, mesmo que incómodas ou pouco agradáveis, às instituições".

A Associação de Imprensa Romana, por seu turno, denunciou o "grave episódio de violação da autonomia profissional" e pediu "mais garantias contratuais para os colaboradores, muitas vezes os mais expostos a pressões e interferências".

Também o Movimento Cinco Estrelas expressou "profunda consternação", enquanto o Partido Democrático sublinhou que "demitir um jornalista por fazer uma pergunta, por mais desconfortável ou controversa que seja, é um assunto muito sério que deveria alarmar qualquer pessoa que se preocupe com a liberdade de imprensa".

A Aliança Verde-Esquerda disse ainda que exigirá esclarecimentos no Parlamento.

Já a Comissão Europeia assegurou que atribui "a máxima importância à liberdade de imprensa" e que, "neste contexto, está sempre disponível para responder a todas as perguntas no âmbito da sua conferência de imprensa diária ao meio-dia".

"A Comissão não contactou a agência Nova sobre este assunto", garantiu…

Mas na verdade devia e em defesa do jornalista!