Segundo o secretário-geral do PS, as entidades angolanas nao entendem que Portugal queira  alterar a legislação da nacionalidade sem um diálogo político prévio sobre os objetivos que se querem alcançar com as mudanças propostas.

"A alteração à lei de estrangeiros, nomeadamente sobre o reagrupamento familiar e o acesso à Justiça causou perplexidade em muitos setores sociais, empresariais e políticos em Angola", divulgou  José Luís Carneiro.

Estas  alterações  vão ser debatidas em outubro estando o PS disponível, disse, para acolher aperfeiçoamentos à legislação.

"É preciso garantir que as relações privilegiadas com os países de língua oficial portuguesa, que são linhas mestras da política externa portuguesa, sejam asseguradas", declarou.

Após os contactos em Angola, José Luís Carneiro admitiu realizar encontros semelhantes durante o mês de setembro com outras capitais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O objetivo do PS é dar seguimento aos encontros no sentido de atualizar a agenda política com os países de língua portuguesa destacando o tema da nacionalidade como assunto "sensível".

Para o secretário-geral socialista o assunto da nacionalidade está intimamente relacionado com o princípio da reciprocidade - em especial - no tratamento aos cidadãos portugueses que residem nos países da CPLP.

Lembra  o PS, que em Angola vivem 130 mil portugueses, sendo que 60% têm dupla nacionalidade: portuguesa e angolana.

José Luís Carneiro disse tambem que estão presentes em Angola duas mil empresas portuguesas e existem cinco mil exportadores portugueses que mantêm negócios com Angola.

Eis as relações devem fluir com confiança mantendo contactos que não devem ser "beliscados".

Sobre as posições do Governo de Luís Montenegro que afirmou recentemente não ter partidos preferenciais para negociar o próximo Orçamento do Estado, José Luís Carneiro considerou tratar-se de uma declaração sem fundamento.

"De facto, o Governo tem tido um parceiro preferencial. O Governo conseguiu um acordo sobre a Lei de Estrangeiros com o Chega e estabeleceu um acordo em relação ao IRS (...) Vamos agora ver se esse acordo é estrutural ou duradouro ou foi uma guinada que pode ser direcionada".