Ora Portugal é o oitavo país do mundo com mais emissões por jatos privados e a poluição de aparelhos registados equivale à de 140 mil pessoas
Esta posição deve-se ao facto de estar sediada em Portugal a "subsidiária europeia da maior empresa de jactos privados do mundo, NetJets Europe", que "detém a maioria da frota portuguesa".
Segundo um estudo divulgado em novembro do ano passado na revista científica Communications Earth & Environment, as emissões anuais de CO2 da aviação privada aumentaram 46% entre 2019 e 2023
O Aterra refere que os números apresentados resultam da atualização dos dados de emissões de jactos privados existentes no 'site' privateaircrafts.eu, "operado pelo investigador Jorge Leitão".
"Enquanto a toda a sociedade é pedida uma redução de emissões poluentes, os jactos privados e o seu contributo para as alterações climáticas continuam a bater recordes", indica, assinalando que "Portugal é um dos 10 países do mundo com maiores emissões por jactos privados".
Esta posição deve-se ao facto de estar sediada em Portugal a "subsidiária europeia da maior empresa de jactos privados do mundo, NetJets Europe", que "detém a maioria da frota portuguesa".
"Neste panorama, Portugal permanece nos 10 países de todo o mundo com maiores emissões absolutas por jactos privados, estando abaixo apenas dos Estados Unidos, Canadá, Malta, Alemanha, Reino Unido, México e Brasil", explica.
Para o movimento, "os jactos privados constituem o exemplo mais escandaloso de um setor cujas emissões não param de crescer, e qualquer compromisso climático credível implica o fim dos projetos de expansão de infraestrutura aeroportuária e uma redução drástica do tráfego aéreo permitido em Portugal".
O fim da isenção de impostos sobre os bilhetes e o combustível dos aviões ou a aplicação de uma taxa sobre voos frequentes são medidas sugeridas pelo Aterra como um contributo para alterar a situação.
Segundo um estudo divulgado em novembro do ano passado na revista científica Communications Earth & Environment, as emissões anuais de CO2 da aviação privada aumentaram 46% entre 2019 e 2023.
Os investigadores descobriram também que alguns indivíduos que usam regularmente aviões privados podem gerar quase 500 vezes mais dióxido de carbono num ano do que a média das pessoas.
O CO2 é o principal dos três gases com efeito de estufa (GEE) que mais contribuem para o aquecimento global do planeta, ao lado do metano (CH4) e do óxido nitroso (N2O).
Entretanto o 10º Encontro Nacional pela Justiça Climática vai acontecer de 21 a 23 de fevereiro de 2025, na Escola Secundária de Camões, em Lisboa (com iniciativas descentralizadas noutros lugars do país).
A ATERRA estará presente e convidamos todas as pessoas e organizações e juntarem-se também.
Eis o texto de Apresentação,
Vivemos em estado de emergência.
As emissões globais de CO2, o extrativismo e as desigualdades sociais continuam a aumentar.
As diversidades biológica e cultural estão ser extintas, as práticas antidemocráticas estão em crescimento.
Em Portugal, ainda se aprova a construção de novas infraestruturas emissoras (aeroportos, gasodutos), incentivos diretos e indiretos para transporte rodoviário individual, a destruição de áreas de proteção ambiental, a degradação deliberada dos serviços públicos e o turismo de massas que obstrui o direito à cidade.
Nós vivemos em estado de emergência, enquanto os lucros das empresas petrolíferas batem recordes.
E a única forma viável que os governos encontraram para gerir as crises climática e social foi assumindo posturas mais negacionistas e mais autoritárias.
Pelo mundo inteiro, mas também em Portugal, esta degradação da vida de todas e todos não avança impune.
Por todo o lado populações resistem em várias frentes para travar o colapso da civilização.
As mobilizações contra o aumento de custo de vida e pelas melhorias nas condições de trabalho e dos serviços públicos, as marchas pela habitação e pelo direito à cidade, o movimento contra o genocídio na Palestina, as ações diretas pela justiça climática e pelo fim ao fóssil, os protestos contra a violência policial e racismo estrutural dirigido contra as comunidades marginalizadas, o movimento pelos direitos dos imigrantes, os movimentos de base contra projetos extrativistas, todos eles têm mostrado a força popular de rejeição. Ainda continuamos em estado de emergência e não temos muito tempo antes do ponto sem retorno do colapso climático.
É neste contexto que o movimento pela justiça climática organiza o 10º Encontro Nacional pela Justiça Climática. Dez anos são muito tempo, na verdade demasiado tempo tendo em conta os prazos da emergência climática. Nesta 10ª edição, reinventamos o Encontro para reinventarmos o movimento. Abrimo-los para participação mais direta e para discussão mais proposicional.
Vamos discutir o Plano pela Justiça Climática: uma visão pelas pessoas e para as pessoas, para travar a crise climática. E vamos construir a Agenda pela Justiça Climática: ações coordenadas para o ano de 2025.
O 10º Encontro Nacional pela Justiça Climática ambiciona ser um espaço de aprendizagem coletiva e de articulação, ou seja: um espaço de construção de movimento.
Junta-te a nós.
Organizações Subscritoras
Ar Puro Movimento Cívico | Centro do Clima da Póvoa de Varzim | ClimAção Centro | Climáximo | Comité Custódio Losa | Ecomood Portugal | Oficina de Ecologia e Sociedade (ECOSOC) | Extinction Rebellion Portugal | Greve Climática Estudantil | Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança | Linha Vermelha | MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta | Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis | proTEJO- Movimento pelo Tejo | Rede Ecossocialista do Porto | Rede para o Decrescimento | Último Recurso | Unidos em Defesa de Covas do Barroso | Youth Climate Leaders
(Em atualização. Organizações e coletivos podem subscrever a convocatória enviando um email para encontro [at] justicaclimatica [ponto] pt )