Ora tal ja  provocou em 2024 emissões de dióxido de carbono superiores às de 140 mil portugueses.

Num  comunicado, o grupo, que reúne mais de 20 organizações portuguesas e que defendem o decrescimento da aviação e uma mobilidade justa e ecológica, adianta que as emissões daqueles jactos “aumentaram de 277 mil toneladas de CO2 em 2023 para 283 mil toneladas em 2024”, valor que corresponde “às emissões anuais de 141 mil portugueses”.

Ora Portugal é o oitavo país do mundo com mais emissões por jatos privados e a poluição de aparelhos registados equivale à de 140 mil pessoas

Esta posição deve-se ao facto de estar sediada em Portugal a "subsidiária europeia da maior empresa de jactos privados do mundo, NetJets Europe", que "detém a maioria da frota portuguesa".

Segundo um estudo divulgado em novembro do ano passado na revista científica Communications Earth & Environment, as emissões anuais de CO2 da aviação privada aumentaram 46% entre 2019 e 2023

O Aterra refere que os números apresentados resultam da atualização dos dados de emissões de jactos privados existentes no 'site' privateaircrafts.eu, "operado pelo investigador Jorge Leitão".

"Enquanto a toda a sociedade é pedida uma redução de emissões poluentes, os jactos privados e o seu contributo para as alterações climáticas continuam a bater recordes", indica, assinalando que "Portugal é um dos 10 países do mundo com maiores emissões por jactos privados".

Esta posição deve-se ao facto de estar sediada em Portugal a "subsidiária europeia da maior empresa de jactos privados do mundo, NetJets Europe", que "detém a maioria da frota portuguesa".

"Neste panorama, Portugal permanece nos 10 países de todo o mundo com maiores emissões absolutas por jactos privados, estando abaixo apenas dos Estados Unidos, Canadá, Malta, Alemanha, Reino Unido, México e Brasil", explica.

Para o movimento, "os jactos privados constituem o exemplo mais escandaloso de um setor cujas emissões não param de crescer, e qualquer compromisso climático credível implica o fim dos projetos de expansão de infraestrutura aeroportuária e uma redução drástica do tráfego aéreo permitido em Portugal".

O fim da isenção de impostos sobre os bilhetes e o combustível dos aviões ou a aplicação de uma taxa sobre voos frequentes são medidas sugeridas pelo Aterra como um contributo para alterar a situação.

Segundo um estudo divulgado em novembro do ano passado na revista científica Communications Earth & Environment, as emissões anuais de CO2 da aviação privada aumentaram 46% entre 2019 e 2023.

Os investigadores descobriram também que alguns indivíduos que usam regularmente aviões privados podem gerar quase 500 vezes mais dióxido de carbono num ano do que a média das pessoas.

O CO2 é o principal dos três gases com efeito de estufa (GEE) que mais contribuem para o aquecimento global do planeta, ao lado do metano (CH4) e do óxido nitroso (N2O).

Entretanto o 10º Encontro Nacional pela Justiça Climática vai acontecer de 21 a 23 de fevereiro de 2025, na Escola Secundária de Camões, em Lisboa (com iniciativas descentralizadas noutros lugars do país).

A ATERRA estará presente e convidamos todas as pessoas e organizações e juntarem-se também.

Eis o texto de Apresentação,

Vivemos em estado de emergência.

As emissões globais de CO2, o extrativismo e as desigualdades sociais continuam a aumentar.

As diversidades biológica e cultural estão ser extintas, as práticas antidemocráticas estão em crescimento.

Em Portugal, ainda se aprova a construção de novas infraestruturas emissoras (aeroportos, gasodutos), incentivos diretos e indiretos para transporte rodoviário individual, a destruição de áreas de proteção ambiental, a degradação deliberada dos serviços públicos e o turismo de massas que obstrui o direito à cidade.

Nós vivemos em estado de emergência, enquanto os lucros das empresas petrolíferas batem recordes.

E a única forma viável que os governos encontraram para gerir as crises climática e social foi assumindo posturas mais negacionistas e mais autoritárias.

Pelo mundo inteiro, mas também em Portugal, esta degradação da vida de todas e todos não avança impune.

Por todo o lado populações resistem em várias frentes para travar o colapso da civilização.

As mobilizações contra o aumento de custo de vida e pelas melhorias nas condições de trabalho e dos serviços públicos, as marchas pela habitação e pelo direito à cidade, o movimento contra o genocídio na Palestina, as ações diretas pela justiça climática e pelo fim ao fóssil, os protestos contra a violência policial e racismo estrutural dirigido contra as comunidades marginalizadas, o movimento pelos direitos dos imigrantes, os movimentos de base contra projetos extrativistas, todos eles têm mostrado a força popular de rejeição. Ainda continuamos em estado de emergência e não temos muito tempo antes do ponto sem retorno do colapso climático.

É neste contexto que o movimento pela justiça climática organiza o 10º Encontro Nacional pela Justiça Climática. Dez anos são muito tempo, na verdade demasiado tempo tendo em conta os prazos da emergência climática. Nesta 10ª edição, reinventamos o Encontro para reinventarmos o movimento. Abrimo-los para participação mais direta e para discussão mais proposicional.

Vamos discutir o Plano pela Justiça Climática: uma visão pelas pessoas e para as pessoas, para travar a crise climática. E vamos construir a Agenda pela Justiça Climática: ações coordenadas para o ano de 2025.

O 10º Encontro Nacional pela Justiça Climática ambiciona ser um espaço de aprendizagem coletiva e de articulação, ou seja: um espaço de construção de movimento.

Junta-te a nós.

Organizações Subscritoras

Ar Puro Movimento Cívico | Centro do Clima da Póvoa de Varzim | ClimAção Centro | Climáximo | Comité Custódio Losa | Ecomood Portugal | Oficina de Ecologia e Sociedade (ECOSOC) | Extinction Rebellion Portugal | Greve Climática Estudantil | Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança | Linha Vermelha | MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta | Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis | proTEJO- Movimento pelo Tejo | Rede Ecossocialista do Porto | Rede para o Decrescimento | Último Recurso | Unidos em Defesa de Covas do Barroso | Youth Climate Leaders

(Em atualização. Organizações e coletivos podem subscrever a convocatória enviando um email para encontro [at] justicaclimatica [ponto] pt )