Enquanto o mundo volta os olhos para a Ucrânia, Gaza ou o Sudão, um conflito muito mais antigo e com potencial devastador continua a arder nas sombras: Caxemira, a região montanhosa disputada entre Índia e Paquistão desde 1947, permanece um barril de pólvora pronto a explodir.

O youtuber Jean explica, de forma leve e didática, porque esta é talvez a guerra mais perigosa do mundo — e não está longe da verdade.A origem do conflito remonta à partilha do Império Britânico das Índias após a Segunda Guerra Mundial, quando muçulmanos e hindus foram divididos entre os novos Estados da Índia (de maioria hindu) e do Paquistão (muçulmano).

O problema? A região da Caxemira, com maioria muçulmana, ficou sob controle indiano devido a uma decisão do marajá local — o que gerou a primeira de várias guerras entre os dois países.Até hoje, Índia e Paquistão disputam a soberania da Caxemira. A Linha de Controle, estabelecida pela ONU, separa os territórios sob administração paquistanesa e indiana. Mas não há paz: diariamente há tensões, confrontos militares, e o pior — ataques terroristas e violência religiosa, com civis inocentes entre os alvos.Jean relembra que a Índia é hoje governada por Narendra Modi, um líder nacionalista que tem endurecido sua posição contra os muçulmanos — não apenas na Caxemira, mas em todo o país. Do outro lado, o Paquistão apoia grupos armados que operam na região, alimentando uma espiral de ódio e vingança. O mais grave: ambos os países possuem armas nucleares.No xadrez geopolítico, as peças estão posicionadas:A China apoia discretamente o Paquistão, numa tentativa de conter a ascensão da Índia e proteger suas rotas estratégicas para a Europa e África.A Índia, por sua vez, aproxima-se dos Estados Unidos, o que a afasta do bloco BRICS em temas sensíveis.A região do Tibete, dominada pela China, funciona como um ponto estratégico de observação sobre a Índia.Caxemira não é apenas uma ferida colonial mal cicatrizada — é também o ponto onde se cruzam os interesses de três potências nucleares.Segundo o vídeo, a situação pode ser comparada a uma "Nova Guerra Fria", mas com o risco acrescido de não haver contenção diplomática como durante o século XX.Como sublinha o narrador do vídeo:“Imagine se todos esses conflitos se juntam. Terceira guerra mundial.

”Nota do Editor: A Caxemira simboliza os riscos de um mundo multipolar, onde nacionalismos religiosos, armamento nuclear e rivalidades geopolíticas se alimentam mutuamente. Não é um problema distante — é um espelho perigoso do nosso tempo.

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