Um grupo de deputados foi impedido de aceder, a 26.09, às instalações do Parlamento, devido a "ordens superiores" e nas ruas de Bissau, era visível hoje uma presença reforçada das forças de segurança.
Foi um dia de elevada tensão na Guiné-Bissau com uma forte mobilização de elementos armados na capital, escandalizando qualquer democrata !
Infelizmente a noticia chegou-nos atrasada mas a urgir ainda mais a sua divulgação
Realçamos que o líder do Parlamento, Domingos Simões Pereira, tinha convocado o povo a ir à sede do mesmo para assistir à reunião da Comissão Permanente. Isto depois de Adja Satú Camará ter sido apresentada, ilegalmente, pelo Governo, como a nova líder da Assembleia Nacional Popular (ANP).
A reunião não só não aconteceu, como também os deputados e militantes do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo-Verde(PAIGC) que responderam ao apelo de Simões Pereira foram impedidos de se aproximarem do Parlamento. Um escândalo totalitário!
Nas ruas, a revolta era visível: "Porquê indicar uma outra pessoa que não foi escolhida pelo povo?", questionou uma das pessoas que se deslocou à ANP. "Peço a todos que continuemos, para mostramos à comunidade internacional e a todos que é a verdade que vai reinar neste país. É o nosso futuro que está em causa", afirmou outra.
Em nome dos deputados do PAIGC, Octávio Lopes afirmou que foram à Assembleia enquanto legítimos representantes do povo para responder a uma convocação da Comissão Permanente e foram ilegal e anti democraticamente impedidos com o absurdo de uma "ordem superior".
"Este ato não é um ato contra o PAIGC ou contra o seu presidente, mas sim contra o povo guineense, que se vê proibido de aceder à sua instalação", disse o parlamentar.
Membros das forças de defesa e segurança vigiaram, durante quase o dia inteiro, as ruas que dão acesso à residência privada do presidente legal da Assembleia Nacional Popular Domingos Simões Pereira!
Este manifestou a sua frustração perante o clima de tensão em Bissau, que considera um desrespeito ao povo guineense.
Através de um vídeo divulgado nas redes sociais, o líder do Parlamento denunciou que as forças de segurança tinham orientações para recorrer à violência contra a população e por isso adiaram a manifestação prevista para hoje.
"Lamentamos isso, porque as forças da ordem deveriam estar do lado de quem defende a lei e a justiça", disse Simões Pereira. "Por mais duro que seja, senti a obrigação de não contrariar os partidos, que pediram mais dias para se prepararem melhor. Por isso, peço desculpas ao povo guineense."
Simões Pereira garantiu, ainda assim, que o protesto acontecerá nos próximos dias.
Entretanto a organização da sociedade civil Frente Popular expressou a sua indignação em relação a suposta destituição do Presidente da Assembleia Nacional Popular, Domingos Simões Pereira, substituído à revelia, por Adja Satú Camará.
A Frente Popular que tem vindo a exigir o respeito à legalidade, reitera o compromisso na luta pela efetivação de um Estado de direito democrático no país.
Perante este ato antidemocrático o Estrategizando pergunta aos partidos com assento na AR ao governo e ao PR portugueses como é possivel este silencio em volta de um ato totalitário!
Joffre Justino