O documento destaca a importância do diálogo direto entre as partes envolvidas e manifesta apoio às recentes sinalizações de abertura para negociações feitas tanto pelo presidente russo, Putin, quanto pelo ucraniano, Zelensky.

De acordo com a nota, os dois países “esperam que o diálogo direto entre as partes comece o mais rápido possível, pois esta é a única forma de encerrar o conflito”.

A iniciativa busca reativar os esforços diplomáticos que vêm sendo discutidos no âmbito do chamado Grupo de Amigos para a Paz — criado em setembro de 2024 no âmbito da ONU por Brasil e China, com a participação de nações do Sul Global.

A declaração destaca de forma positiva os recentes gestos das lideranças da Rússia e da Ucrânia em direção à negociação.

“China e Brasil avaliam de forma positiva os sinais recentes de disposição para o engajamento e diálogo”, afirmam os dois governos, acrescentando a expectativa de que “as partes possam alcançar um entendimento que permita o início de negociações frutíferas e que levem em conta as legítimas preocupações de todos os lados”.

Os dois países reiteram que a única saída possível para o impasse é uma “solução política para a crise da Ucrânia em suas raízes”, capaz de resultar em “um acordo de paz justo, duradouro e vinculante para todas as partes envolvidas”.

A nota lembra ainda que, em maio de 2024, Brasil e China já haviam feito um apelo conjunto para que todas as partes envolvidas criassem as condições para a retomada do diálogo.

Esse esforço culminou, meses depois, na criação do Grupo de Amigos para a Paz nas Nações Unidas, reunindo países do Sul Global comprometidos com a mediação do conflito.

Na conclusão da declaração, os governos de Brasília e Pequim reforçam o papel que pretendem desempenhar junto aos países do Sul Global, manifestando disposição de continuar apoiando todas as iniciativas que contribuam para o fim da guerra: “China e Brasil estão prontos, juntamente com o Sul Global, para seguir apoiando os esforços para resolver a crise”.