No entanto, o plano apresentado pelo Ministério resume-se a meia dúzia de encontros públicos — em Gondomar, Coimbra, Évora, Faro e Lisboa — até ao final de 2025. Os temas definidos, embora relevantes, soam a lista simbólica perante a magnitude dos desafios climáticos: “promover a economia circular, restaurar os ecossistemas, usar a água com eficiência, proteger os oceanos e agir pelo clima”.
Segundo o comunicado oficial, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) será responsável por organizar os debates e preparar a nova versão da estratégia, que deverá ser colocada em consulta pública em fevereiro de 2026. O objetivo é “dar um novo impulso a projetos que sensibilizem as populações para temas ligados ao clima, água, biodiversidade, resíduos e oceanos”.
A ministra reforça que “Portugal precisa de novos projetos e iniciativas que motivem os mais jovens a agir em prol do ambiente”, mas o formato limitado do processo suscita críticas. Em pleno contexto de crise climática e escassez de água, vários especialistas já alertaram que cinco eventos e uma consulta pública não bastam para transformar a consciência ambiental nacional.
Entre ambições e realidades, a revisão da ENEA parece caminhar mais para a gestão simbólica da sustentabilidade do que para uma estratégia transformadora, num país que ainda luta para tornar a educação ambiental uma prioridade efetiva e transversal às políticas públicas.