Governo, 20 dias em que não quis negociar com técnicos do INEM… que importa que morram?

Segundo Pedro Nuno Santos "a desculpa dos problemas estruturais herdados do passado não pode justificar a negligência e a irresponsabilidade do Governo"

Pedro Nuno Santos garantiu este sábado,09.11, que o Governo "foi devidamente informado sobre a greve" dos técnicos de emergência hospitalar e teve "vinte dias para negociar com o sindicato", dizendo que faltou "competência e responsabilidade" ao Executivo.

"Este mesmo facto foi confirmado pela secretária de Estado da tutela, contrariando a primeira versão apresentada pela ministra da Saúde", afirma Pedro Nuno Santos, numa publicação na rede social X.

Na verdade declarações de sexta-feira da secretária de Estado da Gestão da Saúde Cristina Vaz Tomé que substituiu a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em visitas a dois hospitais de Coimbra
afirmou que o Governo teve conhecimento do pré-aviso de greve e admitiu que "não estava à espera do impacto" desta paralisação, que coincidiu com uma outra da administração pública.

Para o lider do PS "desde o pré-aviso até aos alertas enviados à ministra e ao gabinete do primeiro-ministro, não faltaram ao governo oportunidades para evitar a greve ou, pelo menos, para minorar o seu impacto, nomeadamente, garantindo a existência de serviços mínimos".

"O que faltou foi competência e responsabilidade. Ao dia de hoje, são 10 as mortes que estão a ser investigadas", lamentou, considerando que "a desculpa dos problemas estruturais herdados do passado não pode justificar a negligência e a irresponsabilidade do Governo".

"Se o Governo entende que o INEM tem fragilidades na sua resposta, esta avaliação impunha que o Governo fosse ainda mais prudente e exigente na antecipação dos impactos da greve", acrescenta.

A publicação de Pedro Nuno Santos é acompanhada de uma notícia deste sábado do jornal Público, segundo o qual o Instituto Nacional de Emergência Médica "não definiu serviços mínimos no dia em que greves causaram caos no socorro" pois nem designou os trabalhadores que deveriam estar a cumprir os serviços mínimos na greve de segunda-feira decretada pela Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública, nem contestou a indicação genérica de serviços mínimos que esta entidade fez para todo o setor público.

O INEM não definiu serviços mínimos no dia em que greves causaram caos no socorro.

Esta paralisação ocorreu em simultâneo com uma outra convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), que afectava apenas as horas extraordinárias e para a qual não foram indicados serviços mínimos, uma opção dos representantes dos trabalhadores que o INEM também não contestou.

E claro demitir-se para quê? O que vier será pior!

Eis o resultado do golpe de estado de secretaria PGR/PR

Joffre Justino