Entre as reflexões levantadas destacou-se uma questão incontornável: como pôde o Hamas deixar-se enredar numa estratégia que, previsivelmente, se tornaria desastrosa para o povo palestino? A crítica recai não apenas sobre a violência da ocupação, mas também sobre decisões políticas que fragilizaram a luta palestiniana.
Outro ponto central do debate foi a decisão unilateral de declarar Jerusalém como capital de Israel. Para os participantes, esse gesto equivale a esvaziar o caráter sagrado e plural da cidade, comparando-o à hipótese de laicizar o Vaticano e transformá-lo em mera capital de Itália.
A discussão na Festa do Avante reforçou a necessidade de solidariedade internacional ativa, mas também de uma reflexão crítica sobre os caminhos escolhidos pelos próprios protagonistas da resistência palestiniana. O consenso emergente: sem justiça para Gaza e sem reconhecimento pleno dos direitos palestinianos, a paz no Médio Oriente continuará uma miragem.