Na Festa do Avante, um debate sobre a Palestina e o Médio Oriente reuniu sete organizações diretamente ligadas aos diversos conflitos da região.

O encontro serviu como espaço de denúncia da ofensiva israelita em Gaza, qualificada como genocídio e atribuída à brutalidade da política de Benjamin Netanyahu, acusado de impor uma lógica fascista de extermínio e ocupação.

Entre as reflexões levantadas destacou-se uma questão incontornável: como pôde o Hamas deixar-se enredar numa estratégia que, previsivelmente, se tornaria desastrosa para o povo palestino? A crítica recai não apenas sobre a violência da ocupação, mas também sobre decisões políticas que fragilizaram a luta palestiniana.

Outro ponto central do debate foi a decisão unilateral de declarar Jerusalém como capital de Israel. Para os participantes, esse gesto equivale a esvaziar o caráter sagrado e plural da cidade, comparando-o à hipótese de laicizar o Vaticano e transformá-lo em mera capital de Itália.

A discussão na Festa do Avante reforçou a necessidade de solidariedade internacional ativa, mas também de uma reflexão crítica sobre os caminhos escolhidos pelos próprios protagonistas da resistência palestiniana. O consenso emergente: sem justiça para Gaza e sem reconhecimento pleno dos direitos palestinianos, a paz no Médio Oriente continuará uma miragem.