Pressões políticas negativas de França e da Itália mas sobretudo o negocio dos 90 mil milhoes para Zelensky levaram a sua amiga a presidente da Comissão Europeia, a sra Leyen, a informar que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia não será assinado neste sábado, 20.12. como estava previsto inicialmente.

Mais um adiamento num complexo processo que se arrasta há mais de duas décadas pejado de divergências internas entre os países europeus, especialmente em relação ao impacto do tratado sobre o setor agrícola, enfim, digamos a França!

A proposta original previa que o pacto fosse fechado ainda nesta semana, durante a reunião do Conselho Europeu em Bruxelas.

Este pacto criará a maior zona de livre comércio do mundo tudo travado tambem porque a Itália decidiu realinhou com a  França para exigir mais tempo de negociação e garantias adicionais de proteção aos agricultores europeus, alterando o cronograma.

Este dificil  acordo entre Mercosul e União Europeia prevê tufo ao arrepio do sr Trump, a redução ou eliminação gradual de tarifas de importação e exportação, além do estabelecimento de regras comuns para o comércio de bens industriais e agrícolas, investimentos, serviços e padrões regulatórios.

A resistência francesa tem sido um dos principais obstáculos ao avanço do tratado.

Antes de uma das reuniões de cimeira  da União Europeia, o presidente Macron foi direto ao comentar a posição de seu país. “Quero dizer aos nossos agricultores, que expressam a posição francesa desde o início, que consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado”, declarou.

Macron também afirmou que a França se oporá a qualquer “tentativa de forçar” a adoção do pacto com o bloco sul-americano. Entre agricultores franceses, o acordo é amplamente visto como uma ameaça, diante do receio de concorrência com produtos latino-americanos mais baratos e produzidos sob padrões ambientais diferentes dos europeus.

Ja a  Alemanha, a Espanha e os países nórdicos avaliam que o tratado pode funcionar como uma resposta estratégica às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos europeus e como uma forma de reduzir a dependência economica em relação à China.

Para esses países, o acordo ampliaria o acesso a minerais estratégicos e abriria novos mercados para empresas europeias, depois de terem vergonhosamente perdido a Ucrania e as suas terras raras!

“Se a União Europeia quiser manter credibilidade na política comercial global, decisões precisam ser tomadas agora”, declarou o chanceler alemão, ao defender a aprovação do texto.

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, adotou um discurso cauteloso. “O governo italiano está pronto para assinar o acordo assim que forem dadas as respostas necessárias aos agricultores, o que depende das decisões da Comissão Europeia e pode ser resolvido rapidamente”, afirmou.

O presidente Lula da Silva relatou que Meloni não se coloca contra o tratado, mas enfrenta um “constrangimento político” decorrente da pressão exercida por agricultores italianos. Segundo Lula, a lider italiana  demonstrou confiança em convencer o setor. “Se a gente tiver paciência de uma semana, de dez dias, de no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo”, afirmou o presidente brasileiro.

A tensão à volta do acordo também se manifestou nas ruas de Bruxelas.

Os agricultores organizaram protestos que reuniram centenas de tratores nas proximidades das instituições europeias.

Durante a mobilização, manifestantes queimaram pneus e lançaram batatas e outros objetos contra a polícia nas imediações do Parlamento Europeu.

A polícia interveio e pelo menos uma pessoa ficou ferida, de acordo com as autoridades locais.

Embora o debate público esteja fortemente centrado no agronegócio, o acordo Mercosul-União Europeia é mais amplo e envolve setores como indústria, serviços, investimentos, propriedade intelectual e insumos produtivos, o que explica o apoio de diferentes segmentos economicos europeus.

A assinatura,, dificilmente ocorrerá antes de 2026, mantendo o futuro do tratado condicionado ao delicado equilíbrio político dentro da União Europeia.

O Mercosul é o Mercado Comum do Sul – um bloco comercial sul-americano criado em 1991 sendo  seus membros a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai.

A Venezuela aderiu em 2012, mas a sua participação foi suspensa em 2017.

Em dezembro de 2012, foi assinado o Protocolo de Adesão da Bolívia ao Mercosul, que aguarda a ratificação pelos parlamentos dos países do Mercosul.

Em conjunto, os países do Mercosul constituem a 6.ª maior economia do mundo, com uma população total de 270 milhões de pessoas.

Todas as estatísticas relativas ao Mercosul apresentadas abaixo dizem respeito aos quatro membros efetivos do Mercosul: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

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Comércio de mercadorias

A UE é o segundo maior parceiro do Mercosul no comércio de mercadorias, representando quase 17 % do comércio total do Mercosul em 2024.

O Mercosul é o décimo maior parceiro da UE no que toca ao comércio de mercadorias.

Em 2024, o comércio da UE com o Mercosul ascendeu a mais de 111 mil milhões de euros: 55,2 mil milhões de euros em exportações e 56 mil milhões de euros em importações.

Mais de 80 % do fluxo comercial registou-se entre a UE e o Brasil.

Entre 2014 e 2024, o comércio de mercadorias entre a UE e o Mercosul cresceu mais de 36 %: as importações aumentaram mais de 50 %, ao passo que as exportações aumentaram 25 % mercadorias para o mercosul máquinas e aparelhos produtos químicos e farmacêuticos

equipamento de transporte 

Principais mercadorias importadas do Mercosul para a UE produtos agrícolas produtos minerais, pasta de papel e papel

Comércio de serviços

Em 2023 (o ano mais recente relativamente ao qual existem dados disponíveis), o comércio de serviços entre a UE e o Mercosul ascendeu a mais de 42 mil milhões de euros.

A UE exportou mais de 29 mil milhões de euros em serviços para o Mercosul, ao passo que o Mercosul exportou cerca de 13,4 mil milhões de euros em serviços para a UE.

Acordo comercial UE-Mercosul

Em dezembro de 2024, a UE chegou a acordo político com os quatro membros fundadores do Mercosul: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Em setembro de 2025, a Comissão Europeia adotou propostas de decisões do Conselho relativas à assinatura e à celebração de dois instrumentos jurídicos paralelos: o Acordo de Parceria UE-Mercosul e o acordo comercial provisório.

O acordo comercial provisório caduca quando o Acordo de Parceria UE-Mercosul for plenamente ratificado pelos Estados membros e entrar em vigor.

Investimento direto estrangeiro

A UE é o maior investidor nos países do Mercosul, tendo registado um volume de investimento de cerca de 390 mil milhões de euros em 2023. Ainda assim, tanto os exportadores como os potenciais investidores enfrentam obstáculos nos mercados do Mercosul.

Um dos objetivos do acordo UE-Mercosul é estabelecer uma regulamentação mais estável e previsível em matéria de comércio e investimento, com regras mais eficazes e mais rigorosas, por exemplo, no domínio dos direitos de propriedade intelectual (incluindo as indicações geográficas), das normas de segurança dos alimentos, da concorrência e das boas práticas regulamentares.