A Flotilha Global Sumud (GSF), que transporta cerca de 500 pessoas — entre elas Greta Thunberg, Ada Colau e a deputada portuguesa Mariana Mortágua — denunciou ter sido alvo de uma “operação intimidatória” por parte da Marinha israelita, que cercou o barco líder da frota e bloqueou os seus sistemas de comunicação durante vários minutos.

O episódio ocorreu ao largo do Egito, a cerca de 220 km de Gaza, numa zona considerada de risco pelos ativistas. Testemunhas relataram que navios militares israelitas se aproximaram a apenas 5 a 10 metros, numa manobra que classificaram como o maior ato de assédio até agora enfrentado.

Itália e Grécia, através dos seus ministros dos Negócios Estrangeiros, apelaram a Israel para garantir a segurança da flotilha e sugeriram que a ajuda humanitária fosse entregue à Igreja Católica para posterior distribuição — proposta rejeitada pelos organizadores, que afirmam que o objetivo principal é desafiar o bloqueio naval imposto por Israel desde 2009.

A missão, que já foi atacada por drones na semana anterior, continua escoltada por um navio da Marinha espanhola, embora Itália tenha retirado a sua proteção naval. A ONU, através da relatora especial Francesca Albanese, acusou o governo italiano de “abandonar” a flotilha, deixando Israel livre para “novas violações”.

O bloqueio de Gaza tem sido repetidamente condenado pelas Nações Unidas como uma violação do direito internacional. Apesar dos riscos, os ativistas asseguram que prosseguirão até ao enclave palestiniano, recordando que, em 2010, uma flotilha semelhante foi atacada pela Marinha israelita, resultando na morte de dez ativistas turcos a bordo do navio Mavi Marmara.

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Foto de destaque: Criada por IA