Numa sociedade anarcocapitalista essas agências privadas de defesa e/ou seguradoras selecionadas por clientes operariam competitivamente no mercado e cumpririam os papéis dos tribunais e da polícia.
O dinheiro a moeda seria fornecido de forma privada e competitiva num mercado aberto, através de um sistema bancário livre algo afim às cripto moedas..
Desta forma, as atividades pessoais e economicas do anarcocapitalismo seriam reguladas através de gestão e direito privado.
O anarcocapitalismo na verdade é parte do movimento social da Nova Direita que recusa regulacoes sociais e usa o Estado como central ordenadora via a repressao consentida e gerida coletivamente
Teoricamente a sociedade anarcocapitalista operaria sob "um código legal que seja aceito em termos gerais, e que os tribunais se comprometeriam a respeitar.
Esse código legal insistiria no princípio libertário de que nenhuma agressão pudesse ser cometida contra pessoa ou propriedade, definiria os direitos de propriedade de acordo com o princípio libertário, e estabeleceria as regras de evidência tais como código legal mutuamente acordado que seria geralmente aceito e que os tribunais se comprometeriam a “seguir" esquecendo a conflitualidade inter pessoal e organizacional
Este código legal reconheceria contratos entre indivíduos, a propriedade privada, a autopropriedade enfim e a lei sobre danos de acordo com o princípio da não agressão.
Curiosamente se o poder do Estado é injustificado, argumentando que restringe os direitos individuais e a prosperidade, agregando problemas sociais e economicos o que se vive hoje na Agentina de Milei contradiz toda a teoria anarcapapitista.
A primeira pessoa a usar o termo anarcocapitalismo foi Murray Rothbard, na década de 1940.
Rothbard, uma figura de destaque no movimento libertário americanodo século XX, que sintetizou elementos da Escola Austríaca, do liberalismo clássico, de anarquistas individualistas e mutualistas americanos do século XIX, como Lysander Spooner e Benjamin Tucker, e ao mesmo tempo rejeitando a teoria do valor-trabalho marxista.
O anarcocapitalismo distingue-se do minarquismo, que defende um estado mínimo a qual é limitado unicamente a impor a propriedade privada e a proteger os indivíduos da agressão, mas nele se transforma rapidamente, enfim a via Mileiniana .
O anarcocapitalismo também se distingue e não possui relação com o anarquismo histórico Apesar de seu nome, o anarcocapitalismo está fora da tradição do anarquismo e está mais intimamente associado ao capitalismo, ao libertarianismo de direita e ao liberalismo clássico.
As escolas de pensamento anarquistas tradicionais se opõem e rejeitam o capitalismo, e consideram o "anarco + capitalismo" uma contradição nos seus termos,embora alguns anarcocapitalistas tenham argumentado que o anarco-capitalismo é uma forma de anarquismo.
Ressalta-se, que o termo libertário, originalmente fôra utilizado para designar os reais praticantes do anarquismo, sendo deturpado a posteriori como forma de designação dos praticantes e adeptos dos ideais do anarcocapitalismo.
Na ética política anarcocapitalista, o importante é como a propriedade é adquirida, mantida e transferida, sendo que a única maneira justa de adquirir uma propriedade é através da apropriação original baseada no trabalho, ou como chamam troca voluntária (por exemplo, comércio e doação).
Embora o objetivo do anarcocapitalismo seja maximizar a liberdade individual e a prosperidade, essa ideia reconhece os acordos solidários e comunais como parte da mesma ética voluntária
A partir dessas premissas, os anarcocapitalistas orientam-se como consequência lógica para a rejeição total do Estado — como uma instituição que exerce o monopólio do poder sobre os habitantes de determinada região (em geral: país/nação/reino), onde seus representantes de governo afirmam ser legítimo — e a adoção da livre iniciativa, onde as agências privadas ofereceriam um mercado de serviços — empréstimos e segurança pública incluídos — para os indivíduos.
Utiliza-se no plano teorico da lei da utilidade marginal da revolução marginalista na economia e geralmente incorpora a abordagem da escola austríaca como método de análise das ciências sociais, enfim a escola mais ultra conservadora da teoris economica.
Em alguns casos, também baseia seus argumentos economicos e jurídicos em teorias como a análise econômica do direito ou na teoria da escolha pública.
Segundo Hans-Hermann Hoppe, o anarcocapitalismo está sob o plano filosófico moral, no contexto de uma defesa jusnaturalista ou consequencialista da liberdade individual e da liberdade negativa, ou pode recorrer a outras premissas como exemplo da ética argumentativa ou do contratualismo.
Ja agora abordemos o Agorismo, uma vertente do libertarianismo que se preocupa em unir os princípios do libertarianismo com a prática destes princípios na vida real.
O Agorismo é uma vertente do libertarianismo que está muito arraigada nas discussões sobre libertarianismo, principalmente no Brasil, mas que poucas pessoas conhecem sua teoria a fundo.
O conhecimento sobre o Agorismo é muito relevante não só pelo impacto que já tem no libertarianismo e no anarcocapitalismo, mas também porque é uma das vertentes que mais se preocupa com a estratégia para que as pessoas possam de fato viver livres da coerção ilegítima, que normalmente ocorre através do estado – mas não apenas deste. Coerções podem ser de diversos tipos e formas, não apenas da violência armada e sistematizada, como por exemplo acontece em muitos lares onde o medo e a violência controlam algumas famílias.
No entanto, considerando que o estado é a maior instituição agressora da história, é válido nos perguntarmos sobre o que faremos para evitar a intervenção do estado em nossas vidas e também alguma forma de combate ao mesmo.
O Ágorismo pretende lidar com estas duas areas, embora muitos libertários não conheçam ou pratiquem isso. A etimologia desta palavra vem da palavra grega Ágora, que eram os mercados livres onde se discutia política na Grécia Antiga.
Ágorismo é um neologismo criado por Samuel Konkin III e procura lidar com ideias consistentes com a liberdade.
Trata da utilização de um conceito de consistência com a realidade, da não-contradição, às últimas consequências.
É tornar as nossas ações do dia-a-dia algo que vá de encontro com os princípios libertários.
É a garantia de que as ideias e o desenvolvimento do libertarianismo seja consistente com a proteção da propriedade privada.
A necessidade de haver consistência das teorias com a realidade gera a importância de seguir seus princípios implica a não corrupção pois muito se tem justificado em relação ao ato de defender a liberdade sem compromisso com a mesma.
O ágorismo não permite esses “mas”, pois entende que as exceções são utilizadas para que alguns vivam às custas de outros. Dessa maneira, a defesa da liberdade pelo agorista não aceita exceções porque parecem ser algo melhor, porque pode trazer benefícios no curto prazo ou ainda porque pareça que alguns casos sejam diferentes.
Assim a prática ágorista é a contraeconomia. Isto é, se trata de atos da economia de livre-mercado contra a economia de Estado com práticas economicas que evitem relacionar-se ao Estado, embora este esteja impregnado em quase todos os setores da economia de mercado. Assim, práticas como a de sonegação fiscal ou até mesmo de armamento civil, tendo em vista que a venda é proibida pelo Estado pois este toma para si o monopólio da força, é uma medida ágorista.
( Fim da parte II )