O porta-voz de Putin disse a repórteres em Moscovo hoje  terça-feira,22.04,  que não havia planos concretos para negociações sobre a suspensão de ataques contra alvos civis, mas que o presidente russo estava disposto a discutir isso diretamente com a Ucrânia se Kiev removesse "certos obstáculos".

Não é inédito que Putin sugira negociações diretas com o presidente ucraniano, Zelensky aliás a Rússia segundo o The Guardian tem afirmado frequentemente estar aberta a negociações com a Ucrânia, mas que Kiev tornou tal  legalmente impossível, sob um decreto de 2022 que proíbe negociações com Putin.

O líder russo já havia sugerido que a Ucrânia realizasse eleições e escolhesse um novo presidente antes que tais negociações pudessem ocorrer.

Enfim não houve negociações diretas oficiais entre os dois lados desde as primeiras semanas após a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.

Na noite desta segunda-feira, Zelensky reiterou a prontidão da Ucrânia para discussões imediatas para encerrar os ataques à infraestrutura civil mas é Moscovo que diz que não recebeu nenhuma resposta de Kiev sobre a proposta do presidente russo Vladimir Putin de interromper os ataques à infraestrutura civil, disse o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov ao jornalista Pavel Zarubin, da VGTRK.

"Não, não ouvimos nada", disse ele quando perguntado se Kiev havia respondido à proposta de Moscovo

O porta-voz presidencial afirmou que Putin declarou repetidamente sua disposição de dialogar com a outra parte sobre o assunto, mas, como Kiev proibiu conversas diretas com a Rússia, não está claro com quem Moscovo poderia discutir o assunto.

“No momento, a situação é que os ucranianos se proibiram de fato e de direito de manter tais contatos, e nenhuma medida foi tomada para reverter essa decisão", concluiu

Ja Zelensky diz que “A Ucrânia mantém sua proposta de não atacar, no mínimo, alvos civis. E esperamos uma resposta clara de Moscovo. Estamos prontos para qualquer conversa sobre como alcançar isso", dizendo ambos o mesmo para os media mas ao que parece nao entre si.

Ainda assim Putin e Zelensky têm se mostrado recentemente mais otimistas quanto à perspectiva de negociações de paz, provavelmente em resposta à crescente pressão do governo Trump, que afirmou que pode abandonar seus esforços de mediação a menos que haja progresso concreto.

Ambos os lados relataram uma redução nos combates durante a trégua da Páscoa, embora cada um tenha acusado o outro de violar o cessar-fogo temporário.

À televisão russa na segunda-feira, Putin disse que a Rússia tem uma "atitude positiva em relação a quaisquer iniciativas de paz".

No entanto, ele não deu publicamente nenhuma indicação de que esteja preparado para recuar em algumas de suas exigencias  maximalistas para o fim da guerra, incluindo a desmilitarização da Ucrânia e o controle total da Rússia sobre as quatro regiões ucranianas.

Enquanto isso, as autoridades ucranianas irao  reunir-se  com aliados ocidentais em Londres na quarta-feira para conversas lideradas pelos EUA sobre o fim da guerra.

A reunião deve dar continuidade às discussões da semana passada em Paris, onde o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, apresentou o plano proposto por Washington para uma resolução do conflito.

Reportagens da media  sugerem que os EUA estão promovendo um "acordo de paz" que favorece fortemente a Rússia.

A proposta inclui, segundo informações, o congelamento do conflito ao longo da atual linha de frente de 1.000 km, o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia e o veto russo à entrada da Ucrânia na OTAN.

Kiev deve responder à proposta durante as negociações em Londres.

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Foto de destaque: Criada por IA