Na madrugada de 26 de dezembro de 2025, a Polícia Federal do Brasil confirmou a prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, Paraguai. A detenção aconteceu no momento em que Vasques tentava embarcar num voo com destino a El Salvador, usando um documento paraguaio que não correspondia à sua identidade real.

Vasques, que já havia sido condenado a 24 anos e seis meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento numa tentativa de golpe de Estado relacionada aos eventos políticos no Brasil, estava em prisão domiciliar com tornozeleira eletrónica. Na madrugada do dia 25 de dezembro, o dispositivo deixou de emitir sinal de GPS, o que alertou imediatamente as autoridades brasileiras. 

Ao verificar a violação do monitoramento, a Polícia Federal notificou as forças de segurança nas fronteiras e a adidância policial no Paraguai, o que desencadeou a sua localização no terminal aéreo. Vasques havia cruzado a fronteira de carro desde Santa Catarina, aparentemente acompanhado de um cão e incentivado por um plano de fuga que incluía documentos paraguaios irregulares. 

Segundo relatos das autoridades paraguaias, o ex-dirigente foi detido no aeroporto e colocado à disposição do Ministério Público do Paraguai; posteriormente foi expulso e entregue às autoridades brasileiras na Ponte da Amizade, na fronteira entre Foz do Iguaçu (Brasil) e Ciudad del Este (Paraguai). 

O ministro do STF Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva de Vasques após a sua detenção, considerando que o rompimento do monitoramento e a tentativa de fuga demonstravam não só desrespeito às medidas judiciais como também risco de fuga continuada. 

Silvinei Vasques esteve à frente da PRF entre abril de 2021 e dezembro de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro. A sua gestão esteve envolvida em diversas controvérsias, incluindo acusações de interferência política, como operações dirigidas no segundo turno das eleições de 2022 com a alegada intenção de dificultar a mobilidade de eleitores em certas regiões do país — um dos elementos que constaram no julgamento do STF acerca da trama golpista.

Este episódio insere-se num contexto mais amplo de ações judiciais e prisões de figuras políticas e ex-colaboradores ligados à tentativa de golpe pós-eleições no Brasil, que também resultou em condenações e outras medidas cautelares determinadas pela mais alta corte do país.

Fontes:

🔗 Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, é preso no Paraguai após romper tornozeleira eletrónica — Poder360 (26/12/2025) 
🔗 Ex-diretor da PRF é preso no Paraguai após tentativa de fuga — CNN Brasil (26/12/2025) 
🔗 Silvinei Vasques é transferido para Brasília — Agência Brasil (27/12/2025) 
🔗 Silvinei Vasques – perfil — Wikipédia PT (Acerca da carreira e contexto)