“O 7 de setembro nos chama a pensar a nossa história, o presente e o futuro. O Brasil é um país de resistência, que precisa redescobrir-se em tempos em que o mundo se divide em blocos: de um lado a defesa da vida e dos direitos humanos, do outro, forças que insistem em dominar nações soberanas.”
A militante denunciou as recentes pressões dos Estados Unidos, em particular a tentativa da administração Trump de limitar a presença diplomática brasileira em organismos internacionais:
“É um escândalo ver um governo estrangeiro tentar proibir os embaixadores brasileiros de estarem na Assembleia Geral da ONU. O Brasil não é quintal de ninguém. Temos uma das maiores riquezas naturais do mundo, e é isso que desperta cobiça. Mas nenhuma ordem externa vai prevalecer sobre a nossa soberania.”
Evon sublinha que estas atitudes são sinais do declínio de um capitalismo em crise, que busca afirmar poder onde já não o tem:
“Os Estados Unidos já não conseguem dominar nem a si próprios, e tentam coagir outras nações. Mas o Brasil pertence ao seu povo, e não vai ceder a imposições externas.”
Questionada sobre o futuro de Jair Bolsonaro, a resposta foi firme:
“Todos nós torcemos para que seja feita justiça. Bolsonaro precisa ser responsabilizado pelos atos cometidos enquanto presidente, atos que não prejudicaram a ele, mas ao país. Ele tentou obstruir a justiça, desacreditar eleições legítimas e incitar vandalismo contra instituições democráticas. Isso não pode ficar impune.”
Para a ativista, um eventual julgamento e condenação de Bolsonaro não são apenas uma questão de reparação histórica, mas também um fator educativo para futuras lideranças:
“É preciso corrigir posturas de agressão e de violência contra a democracia. Quem desrespeita o voto de milhões de brasileiros tem que ser chamado à razão.”
Apesar das tensões, Evon Santos acredita que o Brasil está num caminho de resistência e transformação:
“O 7 de setembro de hoje é o reflexo de um Brasil que luta, que se posiciona, que defende a vida, o povo e a democracia. Temos desafios enormes, mas também a certeza de que o futuro será decidido pelos brasileiros e brasileiras, não por interesses externos.”