Semáforos desligados, hospitais em modo de emergência, transportes parados e caixas automáticos cercados de filas tornaram-se rapidamente imagens do dia. Em Madrid, a circulação na Plaza Castilla ficou completamente colapsada. O metro foi encerrado e passageiros ficaram presos em carruagens e elevadores. Os jogos do torneio de ténis Aberto de Madrid foram cancelados. Em Lisboa, a quebra no sistema de pagamentos eletrónicos obrigou os consumidores a recorrerem a dinheiro vivo — que também escasseava.
A nível político, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez declarou estado de emergência, alertando que “nenhuma hipótese pode ser descartada”, mesmo após as autoridades afirmarem que não há indícios de ciberataques. Em Portugal, a preocupação estendeu-se ao abastecimento de água e à segurança pública.
O fenómeno provocou ainda uma avalanche de fake news. Desde acusações infundadas à Rússia até pseudociência sobre “vibrações atmosféricas induzidas”, a desinformação circulou com rapidez nas redes sociais e até em agências de notícias respeitadas. A Comissão Europeia foi forçada a emitir desmentidos oficiais.
O episódio reforçou a necessidade urgente de repensar a resiliência das infraestruturas energéticas europeias. Com o contexto geopolítico instável e a ameaça crescente de guerras híbridas, os países da União Europeia devem agora acelerar planos de segurança elétrica, incluindo cenários de blackout prolongado, sistemas de resposta rápida e campanhas de preparação da população civil.
Tal como declarou uma residente brasileira em Barcelona, forçada a caminhar mais de uma hora até casa: “Foi como acordar num mundo onde tudo o que tomamos por garantido deixa de existir.”
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