Napoleão tinha aguardado com uma paciência de génio ( algo que falha muito por cá….), pelo melhor momento para fugir e regressar a França.

O momento surgiu quando se cumpriram duas condições - as potências inimigas, como a Grã-Bretanha, a Áustria e a Prússia, estavam ocupadas em negociações diplomáticas no Congresso de Viena, que estava a decorrer e Napoleão atento ao ambiente politico social pressentiu que a restauração da monarquia em França e o regresso dos soldados franceses a casa se fazia num ambiente de grande insatisfação o que correspondia mesmo ao que necessitava para um seu triunfal regresso.

Em França dias iniciou uma marcha triunfal em direção a Paris, onde foi aclamado pela população.
Note-se que Napoleão apesar de forçado a abdicar do poder e proibido de regressar a França, manteve o seu título de imperador e a ilha de Elba foi-lhe entregue como domínio independente e soberano.

A imperatriz Maria Luísa manteve igualmente o seu título e foram-lhe concedidos diversos ducados.

Napoleão manteve uma guarda pessoal de várias centenas de soldados e a monarquia francesa se foi restaurada com o trono entregue a Luís XVIII, da casa de Bourbon e descendente direto de Luís XV como Napoleão assinou, mas ao contrário do sonhado pelos absolutistas Napoleão foi bem acolhido pelas populações e as forças do novo rei que foram enviadas para o intercetar passaram-se invariavelmente para o lado de Napoleão

A 20 de março de 1815, Napoleão era recebido em triunfo na capital, depois da fuga do rei Luís XVIII e nasceu assim o “período dos 100 Dias”, que assinalou o seu regresso ao poder.

Napoleão suspendeu as instituições e emitiu imediatamente um perdão geral a todas as forças que tinham apoiado a restauração da monarquia e iniciou uma mobilização geral para preparar a inevitável guerra que se anunciava.

No Congresso de Viena as potências europeias onde estavam reunidas relançaram a anterior aliança para retomar o conflito, que teve início em junho.

A campanha militar desenvolveu-se na atual Bélgica e por um erro de um general terminou com a derrota francesa na célebre batalha de Waterloo, a 18 de junho de 1815.

Napoleão rendeu-se a 15 de julho e foi definitivamente exilado para a ilha de Santa Helena, no Atlântico sul, onde morreu em 1821.

Eis os tais 100 Dias que na realidade em nada tornam esta brilhante e a recordar!

Ora bem estes primeiros cem dias deste governo AD/PSD/CDS/(esqueçam la o PPM…), ficaram marcados por muito e serôdio marketing, como a decisão ( caramba mais uma!), sobre a localização do futuro aeroporto e um acordo com a parcela psdista dos sindicatos de professores, a confusão com as forças de segurança, o caos à volta dos impostos o anunciado despesismo com a guerra eslava e a guerra dos tachos e mudanças nos cargos de topo.

O executivo PSD/CDS-PP liderado por Luís Montenegro completou na quarta-feira, dia 10 de julho, cem dias desde que tomou posse no Palácio de Ajuda, em 2 de abril, e entrou em tristes e cinzentas funções no dia 12 do mesmo mês.

Nasceram pacotes e power points na habitação no tema da corrupção, na confusão discursiva à volta da imigração, ( como resolver a falta de recursos humanos em Portugal ate dada a emigração lusa!?), o caos numa saúde que ate terá médicos a mais, pública e uma visão da economia centrada na caça e entrega da economia às estranjas via a redução de impostos e os baixos salários.

Muito pouca iniciativa legislativa, muita inauguração de obra do governo anterior muita vitimização e uma oposição aguerrida à direita e à esquerda que não para de criticar a falta de concretização destes governantes ja com problemas de imagem pessoal, na Justiça, na Saude...

Vá lá o Governo aprovou decretos-lei que beneficiou os do Complemento Solidário para Idosos — que passam a ter uma comparticipação de 100% nos medicamentos, viram aumentada a prestação em 50 euros mensais e os rendimentos dos filhos eliminados como fator de exclusão

Ah houve o “Tens futuro em Portugal“, no primeiro Conselho de Ministros temático e descentralizado (em Braga) dedicado aos jovens, o “Construir Portugal” que nada deu sobre habitação, o “Plano de Emergência e Transformação na Saúde”, o “Plano de ação do Governo para as migrações”, o “Plano +Aulas +Sucesso”. a “Agenda anticorrupção”, e 60 medidas “para acelerar” a Economia, onde lá está a prometida baixa do IRC em 4 pontos ao longo da legislatura.

No pacote anti corrupção, das 30 medidas apresentadas não resultou ainda qualquer decreto ou proposta de lei, com tudo a passar por uma comissão parlamentar eventual proposta por PSD e CDS-PP.

E os tachos sempre os tachos a correrem mal como no INEM no Serviço Nacional de Saúde com Fernando Araújo a ser substituído por um militar e o caso da provedora da Santa Casa da Misericórdia Ana Jorge, o do diretor nacional da PSP José Barros Correia ou da administração da Agência para a Modernização Administrativa.

Divertidamente a maozinha papparazi segura o escândalo da secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Dias, que recebeu uma indemnização para sair da CP e, logo a seguir, ingressar numa entidade reguladora…. Ah se fosse PS quanto papel ja teria “vendido”!

Enfim o Waterloo de Montenegro está a ser bem mais doloroso pois arrasta-se dia após dia desde o fracasso da eleição do presidente da AR … o que faz lembrar uma desastrosa queda por pura incompetência!

Joffre Justino