Eleição na Alemanha: O Castigo das Esquerdas Pró-Guerra e a Divisão das Esquerdas Antiguerra

As eleições alemãs de 2025 revelaram um panorama político fortemente influenciado pelo contexto da guerra, refletindo um duro castigo às esquerdas pró-guerra e uma divisão entre as esquerdas antiguerra. Com um total de 630 mandatos em disputa, os resultados eleitorais mostram um enfraquecimento significativo dos partidos que apoiaram a política belicista do governo, ao mesmo tempo que evidenciam um crescimento da extrema-direita e uma divisão preocupante no campo da esquerda pacifista.

Resultados Eleitorais

  • CDU/CSU (Direita e Direita Conservadora)

    • 208 mandatos

    • Friedrich Merz

    • 14.158.432 votos (28,52%)

    • Perdeu 4,38% dos votos em relação a 2021 (32,9% e 246 deputados)

  • AfD (Extrema-Direita/Fascistas)

    • 152 mandatos

    • Alice Weidel

    • 10.327.148 votos (20,8%)

    • Cresceu 8,2% dos votos comparado a 2021 (12,6% e 94 deputados)

  • SPD (Social-Democratas Pró-Guerra)

    • 120 mandatos

    • Olaf Scholz

    • 8.148.284 votos (16,41%)

    • Perdeu significativamente em relação a 2021 (25,7% e 206 deputados)

  • Verdes (Esquerda Ecologista Pró-Guerra)

    • 85 mandatos

    • Robert Habeck

    • 5.761.476 votos (11,61%)

    • Cresceu em relação a 2021 (8,9% e 67 deputados)

  • Die Linke (Esquerda Antiguerra)

    • 64 mandatos

    • Heidi Reichinnek, Jan van Aken

    • 4.355.382 votos (8,77%)

    • Perdeu mais de 1% dos votos

  • South Schleswig Voters' Association (Esquerda Regionalista)

    • 1 mandato

    • Stefan Seidler

    • 76.126 votos (0,15%)

  • Sahra Wagenknecht (Esquerda Antiguerra)

    • 0 mandatos

    • Sahra Wagenknecht

    • 2.468.670 votos (4,97%)

  • FDP (Liberais Pró-Guerra)

    • 0 mandatos

    • Christian Lindner

    • 2.148.878 votos (4,33%)

  • Outros Partidos

    • 0 mandatos

    • 2.197.691 votos (4,44%)

O Impacto da Guerra na Configuração Política

O resultado das eleições evidencia uma forte rejeição às esquerdas pró-guerra, como o SPD e os Verdes, que sofreram perdas significativas ou, no caso dos Verdes, avançaram modestamente. O SPD, partido do chanceler Olaf Scholz, foi um dos maiores derrotados, caindo de 206 deputados em 2021 para apenas 120 em 2025, perdendo mais de 9% da intenção de votos.

A divisão das esquerdas antiguerra também foi evidente. O partido Die Linke, que se posiciona contra o apoio militar alemão à guerra, perdeu votos, ficando com 8,77%. O movimento liderado por Sahra Wagenknecht, também pacifista, alcançou 4,97% dos votos, mas não conseguiu conquistar mandatos, demonstrando a fragmentação desse eleitorado.

Por outro lado, o crescimento da AfD, partido de extrema-direita, que saltou de 94 para 152 deputados, reflete um descontentamento generalizado com a classe política tradicional, principalmente em relação às políticas governamentais relacionadas à guerra.

O Futuro da Política Alemã e a Influência na UE

A divisão da esquerda pacifista e a ascensão da extrema-direita consolidam um cenário político onde a política externa da Alemanha dificilmente mudará no curto prazo. Com apenas 13,74% dos votos direcionados a partidos claramente antiguerra, a possibilidade de uma inversão na postura belicista do governo alemão é remota.

Este resultado também tem repercussões na União Europeia, onde a maioria das elites políticas continuará a sustentar a estratégia de envolvimento indireto em conflitos, sem grandes oposições significativas. A Alemanha, como um dos principais motores económicos e políticos da UE, manterá o alinhamento com as políticas de defesa e segurança da aliança ocidental.

Nota final

As eleições alemãs de 2025 demonstraram um descontentamento crescente com as políticas pró-guerra, mas a falta de união entre as esquerdas pacifistas impediu uma mudança significativa na orientação do governo. Enquanto a CDU/CSU e a AfD consolidam suas posições, os social-democratas e os verdes enfrentam desafios internos e uma perda de confiança do eleitorado. Com um parlamento polarizado e uma agenda política dominada pelo contexto geopolítico, a Alemanha caminha para mais um período de incertezas, mantendo sua posição como um dos pilares da União Europeia no atual cenário global.