Pedro Nuno Santos aos jornalistas no final de uma reunião do Secretariado Nacional do PS, convocada para esta segunda-feira para discutir a situação política nacional depois da comunicação ao país do primeiro-ministro.  

Pedro Nuno Santos,  secretário-geral do PS, considerou que permanecem muitas dúvidas e que "o primeiro-ministro está a contribuir de forma ativa para a degradação das instituições do regime democrático".

“O nosso dever é fazer tudo que está ao nosso alcance para proteger o regime e isso implica nós fazermos tudo o que está ao nosso alcance para apurarmos a verdade. O PS apresentará na Assembleia da República um requerimento potestativo para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito", anunciou.  

O líder do PS disse que não faz este pedido "com gosto" e que sabe "quão duro é uma comissão parlamentar de inquérito". "Infelizmente o senhor primeiro-ministro não nos dá alternativa", defendeu

Já o primeiro-ministro perante as novas noticias sobre as suas aplicações em imobiliário em valores na zona superior dos 700 mil euros e avenças recebidas na sua empresa anunciou esta segunda-feira que vai pedir à Entidade para a Transparência que audite a conformidade das suas declarações e respetiva evolução, assegurando ter cumprido todas as obrigações declarativas, solução que edtranhamos pois a Entidade para a Transparencia ja o deveria ter feito
Num comunicado do gabinete de Luís Montenegro, refere-se que "nos últimos dias sucedem-se notícias sobre alegadas condutas atribuídas ao primeiro-ministro no âmbito profissional e patrimonial, muitas das quais assentes em pressupostos falsos, incorreções, imprecisões e/ou interpretações jurídicas altamente discutíveis".  
“O primeiro-ministro reafirma ter cumprido todas as suas obrigações declarativas e ser detentor de um património totalmente compatível e suportado pelos rendimentos do trabalho da família", lê-se no texto.  
Mas, "e para que não subsistam dúvidas, o primeiro-ministro vai dirigir um requerimento à Entidade para a Transparência para que se possa auditar a conformidade das declarações e respetiva evolução".
"Quanto às denúncias anónimas apresentadas junto da
Ordem dos Advogadose da Procuradoria-Geral da República, desconhecendo-se o seu conteúdo, considera-se ainda assim que podem ser uma oportunidade para afastar dúvidas de legalidade suscitadas na esfera pública, pelo que se aguardará a tramitação e conclusão das respetivas averiguações", lê-se ainda no comunicado.

Em concreto, o comunicado refere-se a notícias divulgadas esta segunda-feira pelo Correio da Manhã e pela revista Visão, dizendo que “não têm fundamento”.

O comunicado refere que a aquisição de um apartamento T1 em Lisboa foi feita “através de um crédito identificado na declaração de rendimentos do primeiro-ministro”, tendo os restantes fundos utilizados saído “do perímetro patrimonial constantes da mesma declaração”.

No comunicado, refere-se que “há apenas uma componente de 45.000 euros proveniente de uma conta” que não constava dessa declaração, por o primeiro-ministro “não ser titular da mesma, mas antes o seu cônjuge em exclusivo”.

No entanto o Correio da Manhã noticiou esta segunda-feira que o primeiro-ministro utilizou “várias contas à ordem de valor inferior a 41 mil euros, que a lei não obriga a declarar, para pagar a casa que comprou em Lisboa, em 2024”, e com a Visão a ser taxativa  que Luís Montenegro “infringiu as regras de declaração de rendimentos” à Entidade para a Transparência.