"Este ano, o Algarve está pior do que o ano passado, está na pior situação de sempre. Nunca estivemos assim. É um caminho novo que estamos a trilhar", afirmou José Pimenta Machado no Encontro Nacional de Entidades Gestoras da Água (ENEG) que arrancou segunda-feira,27.11, e decorre até quinta-feira em Gondomar.

Foram muitos os avisos dos ecologistas como os dos Amigos da Terra sempre rejeitados pelos que vivem da costumeira ganância !

Sendo de "particular preocupação", poderá ter-se de levar "eventualmente" a APA a "tomar medidas difíceis", em janeiro ou fevereiro, antecipou, ate porque o conjunto de albufeiras na região do Algarve contabiliza neste momento menos 30 hectómetros cúbicos (hm3) do que em 2022.

E claro ninguém, nem na AR, nem no governo quer ouvir os que se preocupam com o seu futuro os jovens Climáximo e restantes ecologistas das greves climaticas etc!

José Pimenta Machado esclareceu que a APA monitoriza diariamente o nível de água nas albufeiras, sendo com base nesta análise que são tomadas decisões.

"Tudo tem de ser avaliado em função das reservas de água. Nós estamos em pleno inverno e é no inverno que as albufeiras recuperam água. Vamos ter de fazer uma monitorização rigorosa e contínua daquilo que é evolução do nível das albufeiras e depois, eventualmente, em janeiro, fevereiro, temos de tomar medidas para que acima de tudo não falte água", frisou.

O vice-presidente da APA aproveitou para apontar o controlo do consumo de água e o reforço da fiscalização das águas subterrâneas como possíveis medidas de mitigação da escassez de água.

O responsável disse, ainda, que a situação na Bacia do Rio Mira, no Alentejo, é semelhante à região do Algarve, contudo, naquele caso, o "consumo humano está mais do que salvaguardado".

De acordo com o boletim semanal de albufeiras de 20 de novembro, o volume armazenado aumentou em três bacias hidrográficas do país e diminuiu em 12 face ao registado na semana anterior havendo cinco albufeiras com uma percentagem de armazenamento que não ultrapassa os 20%: Campilhas (6%), Monte da Rocha (8%), Vigia (16%), Arade (15%) e Bravura (8%), as duas últimas no Algarve.

José Pimenta Machado -- que participou durante a tarde numa mesa-redonda sobre a adaptação às novas diretivas europeias em matéria de água -, mostrou-se, contudo, satisfeito com o trabalho desenvolvido pela 'task force' criada em junho para mitigar os efeitos da seca naquela região, com o Governo a ter decretado uma redução da quota de água para uso agrícola e para campos de golfe em 20% na barragem de Odeleite, em Castro Marim, no distrito de Faro.

No caso de os campos de golfe terem capacidade para reutilização de águas residuais, a limitação sobe para os 50%.

Estas medidas foram criadas quando um terço do país vivia em seca severa e extrema, com Algarve e o Alentejo a suscitarem as maiores preocupações.

O vice-presidente da APA, referiu que em algumas estações das bacias do Cávado e do Lima, registaram-se valores de precipitação na ordem dos mil litros: "isto é, choveu mais em 15 dias naquela zona do que chove em dois anos em toda a região do Algarve", sublinhou,
acrescentando que estes fenómenos trazem desafios acrescidos que deveriam ser de gestão e transferência integrada das águas!

Se em vez das autoestradas, rotundas e parques industriais cavaquistas, os fundos comunitários tivesse sido aproveitados para uma gestão integrada dos recursos hídricos tudo estaria bem melhor !

E se em vez de se proteger à il’ista e chegano ou psd’ista os automóveis velhos assumissem o que escrevem - quem polui paga - isto nossos filhos e netos teriam melhores perspetivas de vida!

Agora urge a dessalinização das águas do mar !

E urge mesmo litoral fora !

Aquele responsável lembrou ainda que na região do Algarve estão a ser feitos investimentos para encontrar fontes alternativas, como o projeto de construção de uma dessalinizadora no concelho de Albufeira, que está em consulta pública até 19 de dezembro.

Estão também previstos investimentos públicos na ordem dos 342 milhões de euros provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e de fundos europeus, para aumentar resiliência na água.

Tudo com pelo menos 40 anos de atraso provocado pelas liberais políticas de turismo de turista de baixo rendimento !

Joffre Justino

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