Eis a esperança que  negociações com  as tarifas de  Trump resultem….

Às 08h35 em Lisboa, o EuroStoxx 600 estava a avançar 1,02% para 478,85 pontos, as bolsas de Londres, Paris e Frankfurt subiam 1,32%, 1,87% e 0,90%, respetivamente, e as de Madrid e Milão se valorizavam 0,51% e 1,57%.

A bolseta de Lisboa mantinha a tendência da abertura e às 08h35 o principal índice, o PSI, avançava 0,70% para 6.306,42 pontos.

Enfim desde as três quedas consecutivas nas bolsas europeias desde quinta-feira, “na manhã de hoje, os futuros estão melhor, mas a volatilidade continua demasiado elevada para inspirar muito otimismo”, observou Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote Bank, citado pela Afp e o índice VIX (Volatility Index da Chicago Board Options Exchange), que reflete o nervosismo e a aversão ao risco dos participantes no mercado, atingiu no dia anterior os mesmos níveis que durante a pandemia de março de 2020.

“Uma avalanche de manchetes atingiu os mercados: quem está pronto para negociar, quem não está, o que é que Trump disse, o que é que ele quis dizer... é quase impossível prever o que vai acontecer a seguir”, continuou.

Na Ásia, na noite de segunda-feira, os índices voltaram ao verde depois de três sessões tumultuosas com o principal índice Nikkei a  fechar em alta de 6,02% na Bolsa de Tóquio, depois de o Primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, ter anunciado que acordou por telefone com Donald Trump a continuação das conversações sobre as tarifas norte-americanas, que espera ver modificadas.

O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, disse à Fox News que “o Japão teria prioridade” em futuras conversações com os parceiros comerciais dos EUA.

“Donald Trump anunciou que não quer fazer uma pausa nas tarifas, mas também disse que está aberto a negociações, o que é paradoxal”, salienta John Plassard, especialista em investimentos da Mirabaud, também citado pela Afp.

Num mercado “sobrevendido” e “na esperança de que ainda haja uma pequena hipótese de negociar com Donald Trump sobre as tarifas”, as bolsas aproveitaram a situação para fazer uma pausa.

No entanto, a recuperação esteve longe de ser uniforme em toda a Ásia.

Assim a bolsa de Taiwan continuou a deslizar, tendo caído 3,89% por volta das 8:20, depois de já ter caído 9,7% na segunda-feira - a pior queda desde a sua criação em 1967 e o índice da bolsa vietnamita da cidade de Ho Chi Minh caiu 5,97%.

Na segunda-feira, Wall Street terminou em terreno misto, o Dow Jones terminou a recuar 0,91% para 37.965,60 pontos, que compara com o máximo desde que o índice foi criado em 1896, de 45.014,04 pontos, em 04 de dezembro de 2024 e o Nasdaq, índice de cotadas de alta tecnologia, fechou a subir 0,10% para 15.603,26 pontos, contra o máximo de sempre, de 20.173,89 pontos, verificado em 16 de dezembro de 2024.

O preço da onça de ouro, um ativo de refúgio, estava a subir para 3.009,10 dólares, contra 2.970,62 dólares na segunda-feira e o atual máximo histórico, de 3.131,52 dólares, atingido em 2 de abril.

Os juros da obrigação a 10 anos da Alemanha, considerada a mais segura da Europa, subiam para 2,612%, contra 2,610% na sessão anterior.

O preço do petróleo Brent para entrega em junho, a referência na Europa, avançava para 64,62 dólares, contra 64,21 dólares na segunda-feira.

O euro estava a avançar, a cotar-se a 1,0959 dólares no mercado de câmbios de Frankfurt, contra 1,0932 dólares na segunda-feira e 1,0218 dólares em 13 de janeiro, um mínimo desde 10 de novembro de 202

Entretanto o Governo chinês afirmou esta terça-feira que a atividade trumpista “não refletem uma vontade genuína de encetar um diálogo sério”, no meio de uma escalada de ameaças tarifárias e contramedidas entre as duas maiores economias do mundo.

“Se os EUA querem realmente dialogar, devem demonstrar uma atitude de igualdade, respeito e benefício mútuo”, disse Lin Jian, sublinhando que se Washington “insistir numa guerra tarifária ou comercial” sem ter em conta “os interesses de ambos os países e da comunidade internacional”, a China “está preparada para ir até ao fim”.

Numa conferência de imprensa, depois do Presidente estadunidense, Trump, ter ameaçado impor uma nova taxa de 50% sobre todas as importações oriundas da China se Pequim não retirar as contramedidas anunciadas em retaliação contra as taxas de 34% impostas na semana passada.

O porta-voz sublinhou que os interesses de soberania, segurança e desenvolvimento da China são inegociáveis e avisou que o seu país “continuará a tomar medidas firmes e enérgicas” para proteger os seus direitos legítimos.

“Não há vencedores numa guerra comercial”, insistiu Lin, denunciando que os EUA “têm vindo a impor tarifas de forma imprudente”, uma política que “viola gravemente as regras da Organização Mundial do Comércio, mina o sistema multilateral baseado em regras e desestabiliza a ordem económica global”.

“Trata-se de unilateralismo, protecionismo e intimidação económica no seu estado mais puro”, denunciou  o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Lin acrescentou que “o povo chinês não está à procura de problemas, mas também não tem medo deles” e que “a pressão, as ameaças e a chantagem não são a forma correta de interagir com a China”.

Ma verdade ao contrario da no minimo  timida UE a RPChina respondeu com um pacote de contramedidas que incluía uma tarifa recíproca de 34% sobre todas as importações oriundas dos EUA, bem como sanções contra certas empresas, restrições à exportação de terras raras e a suspensão das importações agrícolas.

---

Foto de destaque: Criada por IA