Segundo a economista Rita Mundim, convidada do programa CNN Arena, essa conjugação de fatores — aumento dos preços num contexto de crescimento anémico — torna-se especialmente alarmante por ocorrer na maior economia do mundo. A credibilidade de Powell amplificou a reação negativa dos investidores, fazendo cair as bolsas norte-americanas.
Mas o contexto é ainda mais complexo. O ex-presidente Donald Trump voltou à carga com a proposta de aumentar tarifas sobre produtos chineses até 245%, reacendendo a guerra comercial entre EUA e China. A resposta chinesa foi estratégica: buscar alianças com parceiros tradicionais dos EUA, como a Coreia do Sul, Japão, Reino Unido e União Europeia. Este movimento pode levar à reconfiguração de alianças comerciais e políticas globais.
“O mundo está a passar por uma verdadeira revolução comercial que está a provocar um redesenho geopolítico”, sublinhou Rita Mundim. Esta tensão é agravada por questões energéticas: os EUA anunciaram medidas para reduzir a exportação de petróleo do Irão a zero, o que, por sua vez, poderá levar à disparada dos preços do petróleo — uma das commodities mais influentes na inflação global.
A situação geopolítica torna-se ainda mais delicada com a aproximação entre Irão, Rússia e China. Num cenário onde a incerteza domina e os peões se movimentam de forma imprevisível no tabuleiro global, os economistas alertam que o “jogo” se torna cada vez mais difícil de jogar, com consequências diretas para o crescimento mundial e a estabilidade dos mercados.
Entretanto, no Brasil, a Petrobras anunciou o pagamento de 9 mil milhões de reais em dividendos, mas os valores ficam aquém do desempenho de 2022, quando distribuiu mais de 122 mil milhões, refletindo uma queda de rentabilidade das estatais brasileiras.
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