Por determinação do Conselho Nacional Palestino assinala-se a 17 de Abril o Dia dos Presos Palestinos. Em Portugal o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), o Comité Palestina, a Amnistia Internacional e outras organizações elevaram a sua voz em prol das dezenas de milhares de homens, mulheres e crianças que continuam nas prisões israelitas. Com pouco ou nenhum eco na comunicação social que prefere calar-se, como antes do 25 de Abril se calavam também. Hábitos que se não perdem mais de 50 anos volvidos.
Diz-nos a Associação de Apoio aos Prisioneiros e Direitos Humanos que nos últimos meses “foram detidos mais de 15 800 palestinianos, incluindo 500 mulheres, 1200 crianças e milhares de detidos que foram colocados sob detenção administrativa arbitrária”. Mil de duzentas crianças! Que crueldade sem limites.
Dos menores detidos morreu este ano um jovem de 17 anos por falta de apoio médico. Já vimos estes acontecimentos em estados ditatoriais criminosos mas nunca chamámos a esses regimes democracias nem nos constituímos como seus fiéis e firmes aliados. Israel é como um espelho em que a Europa se revê, na sua cultura ocidental, na sua história colonial, no seu passado nazi, fascista, franquista, salazarista, na brutalidade das suas guerra do Ultramar, da Argélia, no genocídio dos povos da Namíbia. Por isso se cala. Por isso apoia.
Ilustremos a total ausência de decência humana dos sionistas israelitas, nunca os confundir com o povo judeu, ele próprio vítima desta nefasta ideologia, com dois exemplos trazidos no comunicado do MPPM que citamos com a devida vénia:
Exemplo 1: “No dia 7 de Abril faleceu nas prisões israelitas o resistente palestino Walid Daqqa, que estava preso desde 1986, perfazendo assim 38 anos nos cárceres israelitas, os últimos dos quais gravemente doente e sem o acompanhamento médico que o seu estado de saúde exigia. Até ao dia de hoje, as autoridades israelitas (não só por acção do governo, mas também do Supremo Tribunal) continuam a reter o corpo de Walid Daqqa, como punição (já não dele, mas da família e dos seus companheiros de luta) e como moeda de troca de eventuais negociações – um feito para quem tanto tem falado em reféns”.
Exemplo 2: “Nos últimos dias foi libertado, agora com 23 anos e depois de passar 10 nas prisões israelitas, Ahmed Manasra. Preso aos 13 anos, sujeito a dois anos de prisão solitária e aos tratamentos mais cruéis, Manasra desenvolveu profundas sequelas psicológicas, que seguramente o marcarão para toda a vida”. Preso aos 13 anos!! Que regime bárbaro. Que desumanidade tão grande.
Portugal, através do seu Governo, deve tomar a Palavra. Condenar firmemente o Estado de Israel. Quebrar os laços que o ligam a este regime fundamentalista. Exigir a libertação de todos os presos políticos palestinos.
Não queremos ser cúmplices.