Esta fase terá acontecido no transcorrer de muitos séculos e talvez até milenios.
Na verdade os primeiros homens pré-históricos habitavam cavernas, de seguida migraram para fora delas, tornaram-se nomades, depois gregários e entao para se protegerem das intempéries, e também para se abrigarem da luz solar e se proteger às noites frias, construiram as suas choupanas, surgindo assim ainda que de maneira rudimentar os primeiros construtores, havendo entre eles os mais habilitados que se firmaram como os primeiros profissionais de uma construção, tosca, simples mas progressivamente com segredos que foram passando de mestre a aprendiz.
Relata-se que no Império Romano o segundo rei de Roma, Numa Pompilio (714 a 671 a.C) sempre citado na literatura maçónica por ter mandado construir templos a deuses pagãos, criou para esta finalidade os collegia fabrorum dos quais se originaram os collegia construtorum que segundo referem alguns autores seriam as sementes da futura Maçonaria Operativa.
Com uma profissao regulamentada a profissão de construtores e com a organização de cultos inerentes à profissão estes coleggias foram-se edtruturando entre uma intensa religiosidade, mesmo naquela época em que se adoravam deuses pagãos.
Na expansao romana as suas legiões nas conquistas se destruíam tudo, levavam com elas os colegiatti de construtores para reconstruir o que destruíam dentro dos seus interesses e modelização na região conquistada.
Surgiram entretanto os Mestres Comacinos em Como na Lombardia, arquitetos hábeis, escultores reconhecidos pelos reis longobardos pelo édito de Rotari em 634 d.C e Liutprando em 713.d.C e foram quem introduziu a arte romântica, que antecipou a arte gótica.
Na linha dos autores que vos sintetizo aqui antes de aparecer a Maçonaria Operativa ou Maçonaria de Oficio surgiram as Associações Monásticas fundadas por São Bento 529 d.C. e Cisterciense fundada pelos monges de Císter fundada pelo abade De Molesme em 1098 da nossa era, e começaram a aparecer construções em que a arte gótica foi pouco a pouco predominando, tendo sido estes que com os templarios trouxeram a Maçonaria Operativa o Portugal. Tambem as associações Monásticas dos Beneditinos eram constituídas por religiosos, monges católicos, experientes projetistas e geometras, verdadeiros artistas na arte de construir.
Guardavam eles a arte de construir em forma de segredo dentro de seus conventos e por isso ha quem considere que os beneditinos e os cistercienses sao os ancestrais da Maçonaria Operativa.
Mas o excesso de procura terá forçado estas ordens monasticas a contratar profissionais leigos, pois a procura de seus serviços aumentava mais e mais impondo a necessidade de homens para o trabalho mais simples e dessa convivência com os mestres, surgiu a leiga arte de construir.
Estes profissionais foram aprendendo com os clérigos e perante a decadência da fase monástica nasceram e cresceram as confrarias leigas.
A importância destas ordens de clérigos foi muito necessária, pois além de espalharem a arte de construir, deixaram os princípios religiosos nas escolas e oficinas de arquitetura.
No século XII surgiu entao a franco-maçonaria ou maçonaria de oficio e como os pedreiros eram livres de viajar superando as fronteiras feudais passaram a ser denominados pedreiros livres ou franco maçons.
O termo franco ou livre significava que estes profissionais eram livres totalmente de qualquer servidão ou imposto.
Estes pedreiro livres constituíram-se nas chamadas corporações de oficio, organizadas, juravam auxilio mutuo, incentivavam a divisão de trabalho disciplinada, hiersrquica havendo sempre o mestre de obras, que deveria ser entendido na geometria e na arte de construir, que não era grau e sim função e os aprendizes (hoje serventes-pedreiros) que deveriam durante certo número de anos, cerca de sete anos aprender a profissão.
Foi assim que em média a Europa Cristã da época criou uma igreja para cada 200 habitantes, tal era o domínio da Igreja Católica sobre o povo.
Entretanto Erwin nascido em Steinbachem 1275 convocou uma convenção em Estrasburgo para terminar uma importante catedral de arenito rosa.
Nesta convenção compareceram os principais arquitetosingleses, alemães, italianos e de outros países e na ocasião foram adotados, sinais, toques e palavras para a identificação secreta dos membros da confraria.
Está assim registado sendo bem provavel que os Maçons Operativos já usassem sinais e toques proprios há muito tempo assim como outras corporações usassem suas próprias senhas.
É sabido que o maçom operativo deixava um símbolo seu marcado nas pedras das construções ondetrabalhava.
Entretanto o Renascimento viria, e suas consequências se fizeram sentir quer na arte gótica como no monopólio das corporações de oficio que dominavam este setor e tal determinou a decadência da Maçonaria Operativa.
Apesar desta decadência organizacional, o seu nome era muito respeitado pelo trabalho secular/milenar feito, e os maçons operativos omeçaram a aceitar
como membros na Maçonaria, pessoas que não eram construtores sendo o registro do primeiro maçom aceito datado de 08/06/1600 na Loja Saint Mary’s Chapel em
Edimburgh do abastado fazendeiro John Boswell. Na realidade estava a nascer uma outra organização.
A Maçonaria Operativa ja era composta de Lojas com o lema “maçom livre em loja livre” e tinham sido já constituídos os graus de aprendiz e companheiro. Mas os aceitos que geralmente eram pessoas de maior cultura foram mudando as concepções, trazendo novos conceitos dentro da Maçonaria ainda chamada de Operativa.
Estes aceitos eram em geral militares, comerciantes, pensadores, escritores sábios, filósofos, nobres, além de esotéricos, ocultistas, alquímicos, cabalistas antiquários, etc.
Se a Maçonaria Operativa até 1600 era de base cristã segundo alguns autores os aceitos rosa-cruzes contribuíram muito para filosofia da Ordem, porque grande parte destes aceitos eram rosa-cruzes.
Um novo membro era recebido de uma forma mais simples e não através de uma ritualística sofisticada como atualmente estamos acostumados a realizar.
E assim desde o primeiro maçom aceito em 1600 (prova primária) até 1717 passaram 117 anos, mais de um século e nesse período de tempo reforça-se esse outro tipo de maçonaria.
Também o mundo se modificou bastante. Recordemos que neste século XVII Descartes publica em 1637 o discurso sobre o Marco da Filosofia Moderna em 1661
Robert Boyle lança as bases da Química Moderna, em 1687 Newton publica seu livro sobre a Lei da Gravidade e em 1698 Savery inventa o motor a vapor.
A partir de 1703 a Maçonaria começou a receber aceitos indistintamente de todas as classes sociais e de todos os credos.
A Maçonaria Operativa foi deixando de ser católica e mais cada vez cristã. Surge entao na Inglaterra a chamada Maçonaria chamada Especulativa, ou Maçonaria Moderna.
A 24/06/1717, data esta que espelha o que já estava ocorrendo há mais de 100 anos, o maçom aceito o pastor protestante Desagulliers, o pastor Anderson, George Payne
e mais outros eruditos maçons reuniem quatro lojas, sendo que uma delas era só de maçons
aceitos e funda a Grande Loja de Londres.
Inicialmente esta Grande Loja não foi bem aceita na Inglaterra e os maçons ingleses se dividiram em antigos e modernos.
Nascia nesta via o conceito de obediência ou potência e também a figura do grão-mestre. Surgiu a nova era para a Ordem, a oficialização do que estava sendo realizado na prática.
Nasceram os landmarks por motivos óbvios, pois se agora existia um poder central, havia a necessidade de novas regras para manter as lojas num mesmo plano e sob governo de um grão-mestre.
Regras estas que introduziram conceitos baseados nos Antigos Deveres (Old Charges) que chamaram de imutáveis, e que de imutáveis, não tinham nada.
Anderson escreveu o primeiro livro das Constituições em 1723, eivado de fantasias, inverdades, de lendas citando factos muitas vezes confusos, baseado nos Old
Chargs especialmente no Poema Régio.
O grau de Mestre foi criado em 1725 e incorporado no ritual em 1738, ano em que Anderson reescreveu suas Constituições, já mencionando o grau de
Mestre.
A lenda de Hiram levou mais tempo para ter a redação que tem hoje. Já estava o mundo vivendo em pleno século XVIII, o Século das Luzes.
Dá-se a solidificação da Maçonaria, ainda que dividida, acompanhando e dinamizando o avanço social e cientifico da atual civilização.
A Maçonaria na Inglaterra ficou inicialmente restrita aos três graus simbólicos, mas na França a partir de 1740, foram criadas novas potências e criados inúmeros graus superiores, criados outros ritos além dos tradicionais, alguns ritos exóticos e mágicos, que ainda têm repercussão no século 21.
A Alemanha acompanhou inicialmente a França nesta criação de ritos e graus superiores, mas em 176/07/1782 no Congresso de Wilhelmsbaden expurgaram os abusos do Rito da Estrita Observância e dai fundaram o Rito Escocês Retificado,mas o efeito deste Congresso rendeu condições para ser fundado em 1801 um rito simples, enxuto sem conter excessos, voltado para a humanidade, chamado Rito de Shröder.
Assis Carvalho enumerou 235 ritos nominados que foram criados no mundo, a maioria fruto da criatividade dos maçons, mas acredita que seja na casa dos 300 ritos.
No século XIX a par das intervenções revolucionárias no mundo latino europeu e centro sul americano as cisoes maçonicas geraram mais ritos e disseminaram as potências maçônicas, no seio desse fator complicador: as famosas cisões que normalmente ocorrem continuando até hoje no seio da Maçonaria mundial, fazendo com que a Maçonaria se fragmentasse e fragilizasse desde então.
Estima-se que atualmente existam cerca de 3.600.000 maçons no mundo, sendo 1.500.000 nos Estados Unidos, 250.000 na Inglaterra, 170.000 no Brasil e 1.600.000 no restante do mundo segundo fontes brasileiras.
Com o mundo em significativa convulsão um perspectiva do futuro na Maçonaria é tão incerta como o é da Humanidade nesta sua ansia doentia de solução das crises pela guerra havendo ainda uma imensa série de perguntas a gera especulações sobre o futuro.
O advento da Informática, Internet, Realidade Virtual, Mecatrônica, Robótica, Nanociência,Neurociências, está a impor uma nova forma de pensar de todos, mesmo os que não admitem tal avanço.
A Maçonaria está a ser tão somente uma Escola de Vida e de aperfeiçoamento do “eu” interior tendo abandonado na maioria das suas orientações a visão revolucionária que a levou a dinamizar Carbonarias que predominaram no seculo XIX no mundo Latino em particular…
Trouxe tal vantagem ou simplesmente mais isolamento e divisao?