Nos anos 1980, durante um curto período, acolheu sob o nome Espaço Voxmania concertos ao vivo, sobretudo de bandas portuguesas, como os G.N.R. ou os Heróis do Mar.
Como um dos raros cinemas de Lisboa com uma programação própria, sem cedências ao mainstream, o King não aguentou a concorrência nem o despoletar da crise económica.
Pois agora uma fonte da Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC) disse à Lusa, na semana passada, que o Ministério da Cultura recebeu, em maio, um pedido de desafetação de atividade cinematográfica do antigo Cinema King, mas ainda não tinha emitido parecer por falta de informações do proprietário.
"Analisado o requerimento em causa e tendo sido verificado que o mesmo carecia de vários elementos e esclarecimentos adicionais, foi solicitada informação ao requerente, aguardando-se, até à presente data, resposta à notificação efetuada pela IGAC", explicou a mesma fonte.
Num anúncio 'online' publicado por uma agência imobiliária, o imovel é apresentado como "um espaço comercial de grande dimensão no coração de Alvalade", com "um enorme potencial para múltiplas utilizações --- clínicas, centros de escritórios, ginásios, espaços educativos, culturais ou tecnológicos, entre outros".
Apresentado com um preço de venda de 1,7 milhões de euros, o espaço tem uma área bruta de 2.211 metros quadrados distribuídos por três pisos, e nas imagens disponibilizadas no anúncio é possível ver o interior vazio de uma das salas de cinema, sem as cadeiras.
O anúncio não explicita que o espaço pode voltar a exibir cinema, mas de acordo com a lei atual (decreto-lei 23/2014), a demolição de recintos de cinema, ou a sua afetação para outra atividade que não a cinematográfica, depende de autorização da tutela governativa da Cultura.
A autorização é emitida pelo Ministério da Cultura, com base em pareceres da IGAC.