Uma megaoperação da Polícia Judiciária expôs um esquema alarmante de corrupção nos portos portugueses, envolvendo inspetores da Autoridade Tributária (AT) que recebiam subornos para permitir a entrada de carregamentos de droga sem fiscalização.

Segundo a investigação, os suspeitos lucravam até €4.000 por cada quilo de cocaína que entrava em território nacional, permitindo a passagem de grandes quantidades da substância sem qualquer controlo.

O Semanário Expresso destaca que os quatro inspetores detidos faziam parte de uma rede criminosa com ligações a traficantes e grupos organizados, facilitando a entrada de contentores com droga nos portos de Lisboa, Setúbal e Sines. As autoridades suspeitam ainda de um esquema mais amplo, com conexões a Cabo Verde e à América do Sul, demonstrando a dimensão transnacional do tráfico.

A colaboração internacional foi fundamental para o desmantelamento da rede. A PJ contou com apoio da Interpol e da Polícia Federal brasileira para rastrear as rotas utilizadas pelos traficantes e reunir provas contra os suspeitos. As investigações apontam para um sistema sofisticado de corrupção dentro das estruturas alfandegárias, permitindo que toneladas de cocaína entrassem no país sem detecção.

O caso levanta questões graves sobre a integridade dos processos de fiscalização portuária e a vulnerabilidade das instituições à influência do crime organizado. Que impacto terá esta revelação na confiança nas entidades de controlo? Até que ponto as estruturas do Estado estão preparadas para enfrentar o tráfico de droga?

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Foto de destaque: IA