A proposta preliminar estabelece como meta alcançar "pelo menos US$ 1,3 triliões até 2035".
Mas o documento não especifica se os recursos virão de doações, empréstimos ou do setor privado.
As negociações devem continuar durante o fim de semana e os representantes da sociedade civil e ativistas ambientais reagiram rapidamente ao novo rascunho.
A representante da ONG 350.org, Namrata Chowdhary, classificou o resultado como “no mínimo, decepcionante”.
Para ela, a postura dos países ricos equivale a “um bofetada na cara, um insulto”, pois estão “jogando com as vidas das pessoas em nações em desenvolvimento e em pequenas ilhas”.
A representante do Movimento dos Povos da Ásia sobre Dívida e Desenvolvimento, Lidy Nacpil, também expressou decepção, ressaltando que “o financiamento climático não deve vir na forma de empréstimos, porque isso aumenta o peso da dívida” e afirmou que “uma das questões que impedem países do Sul Global de realizar ações climáticas urgentes e de fornecer serviços essenciais às populações é o fardo da dívida”.
O ativista da Rede Internacional de Ação Climática, Jacobo Ocharan, relevou que todos os países em desenvolvimento devem “manter a coragem nas negociações para continuar pressionando, porque este acordo é terrível”.
Para ele, nenhum acordo é melhor do que um acordo ruim.
A COP29 é também conhecida como "COP do Financiamento Climático", pois é esperado como resultado central o estabelecimento de uma nova meta global, designada de Novo Objetivo Coletivo Quantificado.
Ela substituirá o atual objetivo de US$ 100 biliões anuais, que expira em 2025.
Especialistas climáticos defendem que a nova meta anual fique entre US$ 1 triliões e US$ 1,3 triliões valor que ajudaria as nações vulneráveis a enfrentar perdas e danos causados pelas mudanças climáticas.
Os recursos também apoiariam esforços de adaptação a desastres e desenvolvimento de sistemas de energia limpa.
Na semana passada, em apoio a uma nova meta de financiamento, bancos multilaterais de desenvolvimento anunciaram um aumento significativo no financiamento climático para países de baixa e média renda.
O valor atingirá US$ 120 biliões anuais até 2030, com mais US$ 65 biliões mobilizados do setor privado e projeções de crescimento desses valores até 2035.