Realce-se que o último CCT era de 2012, mostrando o quão frágil é a negociação coletiva de trabalho desde a troika no PSD e do vieiradasilvismo no PS!
Este contrato lida para além das questões remuneratórias, pois procurou adaptar-se à modernização do setor.
Vítor Poças, presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP) apresenta-o como um “acordo histórico” e Carlos Viegas Vitorino, secretário-geral do Sindicato da Construção, Obras Públicas e Serviços (SE- TACCOP), considera que “sai fortalecida” a relação entre trabalhadores e as suas entidades patronais.
E que, fruto dos “investimentos constantes” em novas tecnologias, automação e digitalização, não tem propriamente falta de trabalhadores.
“Este é um setor de tal forma grande, e com realidades tão distintas como as serrações, os painéis ou a indústria do mobiliário e da colchoaria, que provavelmente contrata pessoas todos os dias.
Mas diria que os cerca de 80 mil que temos são um corpo de talento estável e equilibrado face ao que é a produção”, diz Vítor Poças.
O novo CCT, que necessitou de mais de dois anos para acontecer reformulou as carreiras e os grupos profissionais. Dos 11 escalões remuneratórios que passam a existir, dez estão acima do salário mínimo nacional.Ou seja, todos ganham acima, exceto os aprendizes e estagiários e como a expectativa é que o salário mínimo nacional volte a subir em janeiro – está previsto que chegue aos 855 euros –, as partes voltarão a sentar-se à mesa das negociações em breve.
“Este é um projeto dinâmico”, comenta o dirigente sindical. Vítor Poças concorda.
Depois de fechar 2023 com exportações recorde de 3176 milhões de euros, a fileira da madeira e do mobiliário está este ano a sofrer os efeitos da retração do consumo a nível mundial.
Nos primeiros seis meses do ano, o setor vendeu ao exterior bens no valor de 1546 milhões, 7,4% abaixo do período homólogo, em valor.
Note-se que em volume, este ano está ligeiramente melhor.
Reflexão
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Joffre Justino