Muguruza dedicou-se a revisitar os seus hinos mais emblemáticos — com letras que são balas de resistência. Ao evocar canções que homenageiam figuras presas por suas convicções políticas como “Sarri, Sarri”, relembra o compromisso de uma luta contínua.
O público sentiu-se convocado não apenas para cantar, mas para assumir um papel ativo na mudança.
Fiel ao seu caminho percorrido, Muguruza reforçou que sua arte é inseparável da ação política. Ele manifestou-se contra o fascismo e esclareceu que a sua revolução só existe se houver dança, se houver vida — se houver liberdade. Ainda, reafirmou sua militância política: abertzale, socialista, antirracista, ecológo, feminista e defensor das lutas contra a islamofobia e homofobia.
O concerto foi mais do que música — foi uma convocatória à consciência global. A voz de Muguruza ecoou um chamado à solidariedade com povos oprimidos, evocando batalhas desde o País Basco até à Palestina e ao Curdistão.
A sua fusão de ritmos — dub, ska, reggae e hip hop — num caleidoscópio cultural ressoou como uma celebração da pluralidade de uma revolução viva.
Ao encerrar um ciclo de quatro décadas, Fermin reafirmou que a arte politizada continua a bater no pulsar da coragem coletiva. A Festa do Avante!, palco permanente das lutas e da cultura libertária, encontrou nesta atuação um encontro nutrido de memória e de futuro.
O artista não apenas celebrou sua trajetória, mas lançou um propósito compartilhado: a revolução não se cala, continua enquanto houver injustiças e quem as combata.