A deteção e prevenção do cancro colorretal estão prestes a sofrer uma revolução tecnológica.

A Universidade de Coimbra (UC), através da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC), da Faculdade de Medicina (FMUC) e do Centro de Estudos Sociais (CES), junta-se a um projeto internacional que combina Inteligência Artificial (IA) e Computação Quântica para melhorar o diagnóstico precoce de patologias gastrointestinais.

Com o apoio do Open Quantum Institute (OQI), da Suíça, este projeto visa explorar tecnologias emergentes para otimizar a análise de imagens médicas e salvar vidas.

O desafio do cancro gastrointestinal

O cancro colorretal é uma das doenças oncológicas mais comuns a nível mundial, com mais de dois milhões de novos casos diagnosticados anualmente. A deteção precoce é um fator crucial para a sua prevenção e tratamento eficaz, e exames como a colonoscopia e a cápsula endoscópica desempenham um papel central nesse processo. No entanto, o grande volume de dados gerado por estes exames representa um desafio significativo para a análise eficiente e em larga escala.

Gabriel Falcão, professor do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) e investigador do Instituto de Telecomunicações (IT) de Coimbra, destaca que, em países onde os rastreios começam aos 45 ou 50 anos, a deteção precoce de pólipos pode evitar o desenvolvimento do cancro. No entanto, analisar imagens médicas de forma eficiente e rápida ainda é um grande desafio, especialmente quando se trata de monitorização em larga escala.

Computação quântica: um salto para o futuro da medicina

A computação quântica surge como uma solução revolucionária para este problema. Ao contrário dos computadores clássicos, que processam dados de forma sequencial, os computadores quânticos operam através de qubits, permitindo cálculos simultâneos em larga escala e aumentando exponencialmente a capacidade de processamento.

A FCTUC será responsável pelo desenvolvimento de novos algoritmos de IA, especificamente adaptados às capacidades da computação quântica. O objetivo é criar sistemas capazes de diferenciar imagens normais de imagens com patologias de forma mais precisa e rápida do que os métodos tradicionais.

G-quAI: um projeto de impacto global

O projeto, denominado G-quAI, arrancou em janeiro de 2025 e integra-se nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, mais especificamente no objetivo de garantir Saúde de Qualidade. Com a colaboração do Geneva Science and Diplomacy Anticipator (GESDA) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), o G-quAI pretende acelerar soluções inovadoras para o diagnóstico e tratamento de doenças gastrointestinais.

Além da Universidade de Coimbra, o projeto envolve investigadores, organizações internacionais e investidores globais, unindo esforços para transformar a medicina com o poder da computação quântica e da IA.

Um futuro promissor para a saúde

Se bem-sucedido, este projeto poderá redefinir os padrões de rastreio e diagnóstico do cancro gastrointestinal, permitindo a identificação de anomalias com maior precisão e eficiência. Com o apoio de instituições de renome e um avanço tecnológico sem precedentes, o G-quAI representa um marco na aplicação da computação quântica na saúde.

Acompanhe os desenvolvimentos deste projeto e descubra como a tecnologia pode salvar vidas. O futuro da medicina já começou!

Nota do editor

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