Este ano, o festival recebeu mais de 3.700 submissões, oriundas de 119 países, confirmando a sua posição como uma plataforma de excelência para o cinema de animação. Entre as 113 obras selecionadas para competição, 81 fazem parte da categoria internacional, onde se destacam as curtas-metragens “Percebes” de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, “T-ZERO” de Vicente Nirō, “Citizen Tourist” de Gustavo Carreiro, e “Amanhã Não Dão Chuva” de Maria Trigo Teixeira.
Desde a sua criação em 1976, o CINANIMA tem-se consolidado como um dos festivais de cinema de animação mais influentes do mundo. O festival é reconhecido pela International Animated Film Association (ASIFA) e é um evento qualificável para os Oscar, o que significa que os vencedores de determinadas categorias podem ser considerados para nomeação pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
Este reconhecimento internacional não só aumenta a visibilidade dos filmes participantes, como também realça o talento e a criatividade dos realizadores portugueses. O facto de quatro curtas-metragens portuguesas estarem na competição internacional é um testemunho da crescente qualidade e inovação da animação em Portugal.
Cada uma das curtas-metragens selecionadas traz uma perspetiva única e uma narrativa envolvente, refletindo a diversidade de temas e estilos no cinema de animação português.
1. **“Percebes”** – Realizado por Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, este filme explora a relação entre o ser humano e o meio ambiente, utilizando uma estética visual que capta a beleza e a fragilidade da natureza.
2. **“T-ZERO”** – Vicente Nirō apresenta uma obra que se destaca pela sua abordagem inovadora ao conceito de tempo, onde a animação serve como uma metáfora visual para os momentos de transição na vida.
3. **“Citizen Tourist”** – Gustavo Carreiro oferece uma crítica mordaz sobre a globalização e o impacto do turismo nas comunidades locais, utilizando uma combinação de animação tradicional e técnicas digitais modernas.
4. **“Amanhã Não Dão Chuva”** – Maria Trigo Teixeira convida o público a refletir sobre a imprevisibilidade da vida e a resiliência humana, através de uma narrativa poética que mistura o surreal com o quotidiano.
Para além da competição internacional, o CINANIMA 2024 também celebrará o talento nacional, com 32 filmes em exibição na competição nacional. Destes, dez disputarão o Prémio António Gaio, uma das distinções mais importantes para o cinema de animação português.
O festival continua a apostar no futuro do cinema de animação, incentivando a participação de jovens talentos. Este ano, 22 filmes, distribuídos por duas categorias etárias, competirão pelo Prémio Jovem Cineasta Português. Este foco nos novos criadores reflete a missão do CINANIMA de não só promover obras consagradas, mas também de descobrir e apoiar as vozes emergentes no panorama da animação.
O CINANIMA não é apenas um festival; é um movimento cultural que tem vindo a moldar o panorama da animação em Portugal. Através da sua programação variada, que inclui workshops, masterclasses e exposições, o festival cria um espaço de aprendizagem e intercâmbio cultural que enriquece tanto os participantes como o público.
A seleção de curtas-metragens portuguesas na competição internacional deste ano não só eleva o estatuto dos realizadores envolvidos, como também serve como um catalisador para o crescimento da indústria de animação em Portugal. Estes filmes têm agora a oportunidade de alcançar um público global, representando o país em palcos internacionais e inspirando futuras gerações de cineastas.
O CINANIMA 2024 marca mais um capítulo na história rica do cinema de animação em Portugal. Com quatro filmes na corrida por um prémio que pode abrir as portas para uma nomeação aos Oscar, o festival reafirma o seu papel crucial no reconhecimento e promoção do talento português a nível mundial. Espinho torna-se, assim, o epicentro da animação, onde a criatividade e a inovação encontram um palco privilegiado para brilhar.