"Apaixonado pela arte oriental, Pessanha escreveu vários ensaios sobre a produção artística chinesa e reuniu um significativo conjunto de peças representativas dessa arte, que legou ao Estado português e que se encontram depositadas no Museu Machado de Castro, em Coimbra", afirmou Apolinário Lourenço.
Nascido na cidade do Mondego, em 07 de setembro de 1867, o poeta frequentou o Liceu e a Universidade de Coimbra, em cuja Faculdade de Direito se licenciou.
Partiu depois para Macau, onde foi professor de filosofia, conservador do Registo Predial e temporariamente juiz, tendo morrido no dia 01 de março de 1926.
Ficou sepultado na antiga colónia, que em 1999 seria integrada na República Popular da China.
Em vida, Camilo Pessanha publicou apenas o livro "Clepsidra", em 1920, com os poemas reunidos e organizados pela sua amiga Ana de Castro Osório.
No dia 12, às 19:00, realiza-se o pré-lançamento das comemorações do centenário da sua morte, no café Santa Cruz, em Coimbra.
A iniciativa "A caminho do centenário" inclui a leitura de poemas do autor, por Albino Matos, Beatriz Matos, João Rasteiro, Maria João Simões, Natália Queirós, Valdemar Rosas e António Apolinário Lourenço.
Os atores Francisco Paz e Maria Manuel Almeida, da Cooperativa Bonifrates, irão ler, respetivamente, uma carta de Pessanha a Ana de Castro Osório, em que lhe declara o seu amor, e a resposta da feminista republicana, explicando "as razões que a obrigam a declinar um compromisso amoroso com o poeta".
A Câmara Municipal e a Reitoria da Universidade de Coimbra associam-se às comemorações, cujo "ponto alto" será em 2026.
A memória de Camilo Pessanha está perpetuada na toponímia da cidade e no programa "Clepsidra", realizado por João Pedro Gonçalves, que a Rádio Universidade de Coimbra (RUC) emite semanalmente há longos anos.