"Para o Livre, a solução tem de ser muito simples e é uma solução que passa por um referendo de autodeterminação no território, como aliás é defendido pelas Nações Unidas".
Jorge Pinto defendeu ainda que este "bloqueio institucional é perigoso" e levanta outras questões, "não só pela proximidade geográfica entre Portugal e o Reino de Marrocos e o Saara Ocidental, mas tabém pela proximidade institucional e até política entre ambos os governos".
"Portugal está, juntamente com Espanha e Marrocos, a coorganizar o Mundial de Futebol 2030 e, como tal, exige-se maior insistência, maior presença por parte do Governo português no que diz respeito ao direito da soberania do povo sarauí e no que diz respeito também ao respeito por outras instituições políticas, como por exemplo o Parlamento Europeu", considerou.
Recorde-se que na quinta-feira, uma delegação de eurodeputados, que incluía a portuguesa Catarina Martins (Bloco de Esquerda), a espanhola Isabel Serra (Podemos) e o finlandês Jussi Saramo (Aliança de Esquerda), foi impedida de entrar em Aaiun, capital do Saara Ocidental.
Também em declarações à Lusa, na altura em que os acontecimentos decorriam em Aaiun, o representante da Frente Polisário em Portugal, Omar Mih, adiantou que indivíduos não identificados retiveram a delegação do Parlamento Europeu (PE) dentro do avião e apresentou um vídeo em que se pode ver um indivíduo, "que se presume ser da segurança marroquina" a impedir a saída da comitiva.
Mih indicou que a delegação estava numa missão de observação para analisar o cumprimento da decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), que anulou vários acordos de agricultura e pesca entre os 27 e Marrocos, por violarem a autonomia do Saara Ocidental.