Assim, na tarde de sexta-feira, dia 12 de setembro, a Rede de Arrojamentos do Algarve (RAAlg), em coordenação com o Porto de Abrigo do Zoomarine, foi alertada para a presença de um cetáceo vivo na zona costeira da Ilha da Armona.
Tratava-se de um cachalote (Physeter macrocephalus), e
«O animal encontrava-se em evidente estado de debilidade e acabou por falecer poucas horas após o alerta inicial», refere, em comunicado, o ICNF.
A RAAlg, em articulação com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a Câmara Municipal de Olhão e a Autoridade Marítima do Porto de Olhão, está a coordenar a operação de remoção do animal do local, «de forma segura e ambientalmente responsável».
Numa primeira análise realizada no local, o animal apresentava «uma condição física muito fraca, encontrando-se extremamente magro».
A causa de morte será definida depois de uma avaliação da equipa de biólogos da RAAlg, que se encontra no terreno a proceder à recolha de dados e amostras para análise.
A Rede de Arrojamentos é um sistema de monitorização e resposta a arrojamentos de cetáceos e outros animais marinhos que abrange toda a costa continental portuguesa, coordenado pelo ICNF com financiamento do Fundo Ambiental.
Esta rede é coordenada localmente pelo Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve
Os cachalotes dão à costa devido a problemas de saúde, desorientação, encalhes em águas rasas e, historicamente, devido a atividades humanas como a caça.
Podem perder a capacidade de orientar-se em águas rasas, que não são o seu habitat natural, ou sofrer de doenças que os levam a procurar a terra.
Não é habitual, os cachalotes darem à costa em Portugal pois os cachalotes vivem em águas profundas, longe da costa, e o seu aparecimento em praias portuguesas pode ser um sinal de problemas, como encalhe por doença ou confusão devido a poluição sonora.
A costa portuguesa tem registos de cachalotes, incluindo cachalotes-pigmeus, mas não são avistados regularmente.