Ele é também pela sua intrépida atividade o patrono das comunicações no Brasil, esse explorador mato-grossense de Santo Antônio de Leverger, que daria seu nome para batizar uma nova Unidade federativa, a Rondónia, em 1982.
Mas ha mais, porque é ainda o fundador do SPI - Serviço de Proteção aos Índios - mais tarde substituído pela FUNAI, sendo Rondon lembrado também como um dos mais importantes defensores dos direitos indígenas.
Era um pacificador, conhecido pela auto exigência de contatos não-violentos e respeitosos com indígenas brasileiros, que nunca haviam visto um homem branco, ou que tendo visto tinham ná memória de tal, aproximando-os da nossa dita civilização ocidental, cada vez mais bem mais bárbara, diga-se, sem tirá-los de suas próprias terras, nem que para isso tivesse que se ausentar no dia do nascimento de todos os seus sete filhos.
"Morrer, se preciso for. Matar, nunca", era seu lema, mesmo após ser atingido por uma flecha nhambiquara envenenada, em 1913 numa abordagem não-violenta bem afim à de Mahatma Gandhi.
Suas atitudes se resumiam em aproximações não acompanhadas militarmente nas aldeias, com pedidos de permissão para construção de postos telegráficos em terras indígenas, com a participação em rituais e, mais tarde, até a inclusão de índios Parecis no trabalho de conservação dos telégrafos de Utiariti, no Mato Grosso.
Até perante reações negativas nos encontros com índios, por hostis à presença branca, como os Nambikwára, o "soldado caboclo" punha em prática sua habilidade de se comunicar com grupos indígenas e de os incluir de acordo com a cultura deles, em novos contextos da sociedade.
E, por isso, em 1925, Albert Einstein chegou a indicar Rondon para o Nobel da Paz, após a visita do cientista alemão ao Brasil, o que infelizmente não aconteceu apesar de bem merecido!
Famosa ficou a sua viagem
entre dezembro de 1913 e abril de 1914, a expedição que mapearia o Rio da Dúvida, curso d'água de extensão desconhecida, entre Rondônia e o Amazonas.
Este "Domador dos Sertões" seria acompanhado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt que, acostumado aos "trabalhos de gabinete" colecionou… perrengues, durante bem penosos cinco meses, dos quais 48 dias sem ver um ser humano sequer naquelas florestas intratáveis.
Com uma “flotilha” de sete canoas e 22 homens, a comitiva testou não só seus limites físicos como também mentais, numa viagem com ataques de animais selvagens, encontros com indígenas, correrias mortais, doenças e uma floresta amazónica inteira que sempre pretende cobrar o ingresso.
Por isso, das sete embarcações do início da viagem, cinco foram perdidas em rápidos e cachoeiras, obrigando a comitiva a construir outras novas e a precisar de caminhar por dias mata a dentro, arrastando canoas sobre "paus roliços", impossibilitadas de seguir pelo rio.
Longas e lentas travessias, tripulação doente e refeição limitada - que chegou a ser sopa de tartaruga e carne de macaco - eram alguns dos perrengues que faziam aqueles homens desafiarem a morte, constantemente, naquela aventura de "sabor esquisito", "em terra estranha", como descreve o prefácio de Apolônio Sales da 1ª edição do livro de Roosevelt em português.
Nasceu Rondon em Mimoso, município de Santo Antônio de Leverger, estado de Mato Grosso, a 5 de maio de 1865, filho de Cândido Mariano da Silva, de ascendência europeia e indígena, e de Claudina Lucas Evangelista, descendente de indígenas das etnias terena e bororo.
Era pois de descendência indígena.
Ficou, entretanto, órfão muito cedo, sem chegar a conhecer o pai, morto por varíola em 1864, nem a mãe, morta em 1867 e o seu avô materno, João Lucas Evangelista, e de sua madrinha e tia-avó, Antônia Rosa da Silva, falantes de português, além de bororo e terena passaram a cuidar dele.
Aos sete anos mudou-se para Cuiabá, capital da província, para realizar seus estudos, indo morar com o tio paterno, Manuel Rodrigues da Silva Rondon, sendo em sua homenagem que adota o nome Rondon, a partir de 1890 aos 25 anos!
Estudou nas escolas Mestre Cruz e Professor João B. de Albuquerque, e ingressou no Liceu Cuiabano, antiga escola normal, em 1879 e concluído em 1881, ingressou como voluntário no 3º Regimento de Artilharia a Cavalo, em Cuiabá depôs transferiu-se para o Rio de Janeiro, servindo ao 2º Regimento de Artilharia de Campanha, e, em 1884, ingressou na Escola Militar, sendo promovido a alferes-aluno em 1888.
No ano seguinte na Escola Superior de Guerra, foi aluno e discípulo do republicano Benjamin Constant, professor de matemática e um dos mais renomados propagandistas dos ideais republicanos e da filosofia positivista no Brasil.
A influência de Benjamin Constant em sua formação foi muito forte, principalmente no que se refere ao positivismo, doutrina que adotou e seguiu por toda a vida.
Em 1889, participa na deposição da Monarquia, seguindo Constant, já figura de destaque na instauração da República e membro do Governo Provisório.
Teve assim uma participação significativa no movimento que depôs a Monarquia em 15 de novembro de 1889, recebendo de Benjamin Constant a missão de, juntamente com Augusto Tasso Fragoso, de apurar qual seria a atitude do almirante Eduardo Wandenkolk perante a saída da “Brigada Estratégica” rebelada.
Após a resposta positiva do almirante, integrou a guarda pessoal do comandante da brigada, o próprio Benjamin Constant, participando da tomada do quartel- general e da detenção dos ministros do último gabinete do imperador Pedro II.
Já engenheiro militar e bacharel em matemática e ciências físicas, foi nomeado professor substituto da Escola Militar, mas integrou-se nos trabalhos da Comissão Construtora de Linhas Telegráficas, sob a chefia do major Gomes Carneiro, incumbida de concluir a linha telegráfica, iniciada ainda no Império, que ligaria Cuiabá ao estado de Goiás, passando pelo rio Araguaia.
Em 1891, ano da primeira revolução republicana em Portugal, findos os trabalhos da linha telegráfica, retornou ao Rio de Janeiro para assumir o lugar de professor substituto de astronomia e mecânica da Escola Militar, mas no ano seguinte, afastou-se do cargo para retomar as atividades na Comissão Construtora de Linhas Telegráficas, ocupando sua chefia.
Em fevereiro de 1892, casou-se com Francisca Xavier, filha de um de seus professores do curso preparatório.
No mês seguinte, foi nomeado chefe do distrito telegráfico de Mato Grosso por indicação do major Gomes Carneiro, e pediu demissão de sua cadeira na Escola Militar para retornar ao sertão e consolidar a linha já construída.
Em setembro do mesmo ano, promovido a capitão, substituiu o major Gomes Carneiro na chefia da Comissão Construtora de Linhas Telegráficas e, em seguida, foi encarregado também da construção da rodovia Cuiabá-Araguaia, parte da chamada “estrada estratégica” que deveria ligar Cuiabá ao Rio de Janeiro, pois que o acesso a Cuiabá se fazia por via fluvial através do rio da Prata.
Como as relações brasileiras com a Argentina estavam tensas, o governo decidiu construir o acesso terrestre à capital de Mato Grosso.
No entanto, a crise diplomática foi contornada pouco depois, e a abertura da estrada foi deixada de lado em 1895, prosseguindo porém a construção de linhas telegráficas.
Ainda em 1895, Rondon interrompeu por algum tempo seu trabalho à frente da comissão para responder a um inquérito do Conselho de Guerra, no Rio de Janeiro, por castigos corporais infligidos a soldados sob o seu comando mas o processo foi arquivado, e Rondon pôde retornar a Mato Grosso e aos trabalhos da comissão.
Em 1898, com o fim da tarefa de construção de linhas, transferiu-se para o Rio de Janeiro e pediu sua admissão na igreja positivista, à qual, embora fiel, ainda não era filiado e trabalhou na Intendência-Geral da Guerra como auxiliar técnico.
Recebeu em 1900 a incumbência de estender a ligação telegráfica a partir do Rio de Janeiro até às fronteiras com o Paraguai e a Bolívia, e a chefiar a nova Comissão Construtora de Linhas Telegráficas.
Durante os trabalhos, encerrados em meados de 1906, foi promovido a major em 1903, mesmo ano em que revalidou seu casamento segundo o ritual positivista.
O resultado dessa expedição foi a construção de 1.746km de linhas telegráficas, ficando o Rio de Janeiro ligado a Corumbá e Coimbra, na fronteira boliviana, e a Porto Murtinho e Bela Vista, na fronteira com o Paraguai.
Por entre dificuldades devidas à insuficiência de soldados, a deserções e às baixas provocadas pela malária e pelo beribéri, a expedição recolheu ainda uma enorme quantidade de amostras de minérios, da flora e da fauna da região para o Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Foi também estabelecendo relações amistosas com os índios bororos, que chegaram a participar em diversas ocasiões dos trabalhos de construção, e com os terenas e os quiniquenaus, que vinham tendo suas terras tomadas por fazendeiros.
Iniciou a demarcação das terras dessas tribos, e conseguiu fazer com que o governo de Mato Grosso reconhecesse a sua propriedade pelos indigenas, e colocou-os sob a proteção da comissão, e além dos grupos já citados, também os cadiueus e os oiafés, habitantes das cabeceiras dos rios Taboco e Negro, que estavam a ser assassinados por fazendeiros de gado.
Embora o problema indígena fosse alheio às atribuições oficiais da comissão, Rondon procurou sempre travar um contato amistoso com os grupos que encontrava e defender os direitos espoliados dos índios, afirmando, na época: “Temos para com os índios grande dívida contraída desde os tempos de nossos maiores que lhes foram invadindo os territórios, devastando a caça, furtando o mel, para não falar em males muito maiores, mais graves, vergonhosos e infames.”
Procurava também fazer com que os brasileiros das cidades tomassem conhecimento dos problemas dos indígenas , e adotou como lema para os homens sob seu comando “Morrer se preciso for, matar, nunca”, inaugurando uma nova forma sistemática de promover o primeiro contato entre civilizados e as populações indígenas.
De 1900 a 1906, chefiou a nova Comissão Construtora de Linhas Telegráficas e Estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas, criada pelo presidente Afonso Pena (1906-1909), que ficaria conhecida por Comissão Rondon e que estenderia as ligações telegráficas do Rio de Janeiro ao estado do Amazonas e região do Acre, adquirido pelo Brasil, promovendo a integração e defesa dessa área de fronteira, além de realizar o inventário científico do território percorrido.
Nesse período, aproximou-se de tribos indígenas da região, como os bororós, que auxiliaram os trabalhos da comissão, ou os terenas, quiniquinau e cadiuéu, oiafés e nhanbiquara.
Realizou o levantamento de terras pertencentes aos índios da região de Ipegue e Cachoeirinha, em conflito constante com fazendeiros, obtendo do governo de Mato Grosso o reconhecimento de propriedade indígena.
A expedição descobriu e fez o reconhecimento do rio Juruena, no norte de Mato Grosso, desbravando o nordeste do estado e conseguindo atravessar em seguida a selva amazônica até Manaus, onde Rondon, promovido a tenente-coronel em 1908, chegou no início de 1910 acometido de grave crise de malária.
Em 1910, no ano da implantação da República em Portugal, assumiu a direção e organizou o Serviço de Proteção ao Índio e Localização dos Trabalhadores Nacionais (SPI), criado pelo presidente Nilo Peçanha (1909-1910), voltado para a assistência e proteção da população indígena, que estabeleceu uma política de integração do índio ao sistema produtivo e à sociedade, dita à época, ‘civilizada’.
Em 1912, criou no SPI a seção de Cinematografia e Fotografia, para registrar material fotossensível das suas expedições científicas, e assim divulgar e obter apoio de autoridades, intelectuais e camadas urbanas para os seus projetos
Foi entretanto nomeado para organizar e acompanhar a expedição do rio Paraguai ao Amazonas, realizada pelo presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt (1901-1909), conhecida como a expedição Roosevelt-Rondon (dezembro de 1913 a abril de 1914), acompanhado por naturalistas americanos que pretendiam coletar material para o American Museum of Natural History, de Nova Iorque.
Entre 1915 e 1919, Rondon empenhou-se na elaboração da carta de Mato Grosso, além de prosseguir em seu trabalho com os índios e foi então que mapeou um extenso território, incluindo as cabeceiras de seis rios, e concluiu o estudo das cabeceiras do Xingu, do alto e do médio Paraguai e de mais de 30 rios localizou e identificou diversos acidentes geográficos, descobrindo ainda jazidas de ferro, ouro, diamantes, manganês, mica e gipsita em diversos pontos do estado e estabeleceu contato com vários grupos indígenas, desarmando a belicosidade de alguns, como os nhambiquaras, os barbados, os pauatês, os tacuatês, os urumis e os bororos do rio das Garças, e conquistando definitivamente a amizade de outros, como os parecis, os bacaeris, os jarus, os urupás, os parintintins e os botocudos.
Promovido a general de brigada em 1919, Rondon foi nomeado diretor de Engenharia do Exército pelo ministro da Guerra Pandiá Calógeras, conservando todavia o título de chefe da Comissão de Linhas Telegráficas.
Promoveu então a remodelação de inúmeras instalações militares, bem como a construção de vários novos quartéis e em 1922, o presidente Epitácio Pessoa indicou-o para participar da comissão de inspeção das obras contra a seca no Nordeste.
Em setembro de 1924, na sequência do movimento revolucionário em São Paulo em julho, foi designado para o comando das forças legalistas em ação contra os revoltosos no Paraná e em Santa Catarina onde travou combate diversas vezes com as forças rebeldes até junho de 1925, quando, já reunidas na Coluna Prestes, essas forças se deslocaram rumo ao norte.
O comando de Rondon, promovido a general de divisão em dezembro de 1924, foi extinto, e o general partiu em nova viagem de inspeção das linhas telegráficas ainda existentes, dedicando-se também a estudos para a extensão da ferrovia Noroeste até Cuiabá.
Em 1927, o presidente Washington Luís destacou Rondon para a missão de inspecionar as fronteiras brasileiras desde a Guiana Francesa até o Uruguai, ao longo de mais de dez mil quilômetros viagens de inspeção, que também davam continuidade ao trabalho junto aos índios, e onde participaram diversos cientistas vom Gastão Cruls, que descreveu a segunda expedição, realizada em 1928, no seu livro A Amazônia que eu vi (1938)
Em 1917, foi designado diretor-geral do Serviço de Conclusão da Carta de Mato Grosso, para elaborar um novo mapa para o estado de Mato Grosso e regiões circunvizinhas mapa que ficou a cargo do coronel Jaguaribe Gomes de Matos, que o concluiria somente em 1952.
Em 1919, foi nomeado diretor de Engenharia do Exército, cargo do qual se exonera em 1925.
Convidado pelo presidente Epitácio Pessoa (1919-1922), ao lado de Paulo de Morais Barros e Ildefonso Simão Lopes, integrou a comissão destinada a inspecionar a atuação da Inspetoria de Obras Contra as Secas e analisar as causas da seca que afetava a região do Nordeste, em 1922.
Assumiu então o comando das forças federais nas operações de combate aos revoltosos paulistas no Paraná e Santa Catarina, movimento iniciado em São Paulo em 1924.
Chefiou e organizou a Inspeção de Fronteiras (1927-1930), criada com o objetivo de realizar estudo das condições de povoamento e segurança na região da Guiana Francesa até o Uruguai, em cujas expedições participaram cientistas como o médico Gastão Cruls, que publicaria o livro A Amazônia que eu vi, em 1930.
Não aderiu à Revolução de 1930, que depôs o presidente em exercício, Washington Luís (1926-1930), mas impediu a posse da lista vencedora das eleições, composta por Júlio Prestes de Albuquerque e Vital Soares, dando início ao governo provisório de Getúlio Vargas (1930-1934).
Foi detido pelas forças revolucionárias no Rio Grande do Sul, sob ordens do líder tenentista Miguel Costa e então solicitou reforma do Exército após ser acusado de corrupção por Juarez Távora, um dos líderes e articuladores da Revolução de 1930, que criticou publicamente sua atuação à frente da Comissão Telegráfica.
Foi mantido no cargo de inspetor de Fronteiras pelo presidente Vargas, que o designou ainda para presidir a Comissão Mista Peru-Colômbia (1934-1938), para cumprimento do Tratado de Paz entre os dois países, na disputa pela posse da região de Letícia, e o Conselho Nacional de Proteção aos Índios (1939 - 1955), criado com a atribuição de elaborar a política nacional indigenista.
Entre 1930 e 1934, Rondon dedicou-se à elaboração do relatório de sua viagem de inspeção de fronteiras, entregando-o afinal a Getúlio Vargas.
Em 1934, agravou-se o conflito entre Peru e Colômbia em torno do porto de Letícia, pertencente à Colômbia por força de tratado de 1924 mas ocupado por peruanos armados desde 1932.
O Brasil, através do Ministério das Relações Exteriores, ofereceu seus préstimos como mediador, e, de uma lista de nomes, Getúlio escolheu o de Rondon para
chefiar a delegação brasileira junto aos países litigantes.
Rondon permaneceu quatro anos à frente dessa delegação, até que se realizou a conferência que trouxe a solução definitiva para o conflito.
No seu regresso, em 1938, Rondon foi saudado por uma comissão nacional de recepção, composta por todos os ministros de Estado e um coro regido pelo maestro Vila-Lobos entoou em sua homenagem diversos hinos, entre os quais Parecis Nazari-Né, composto pelo próprio Vila-Lobos com base em elementos colhidos por etnógrafos da Comissão Rondon.
Em 1939, foi instituído o Conselho Nacional de Proteção aos Índios, e o general Rondon, então com 74 anos, foi nomeado seu primeiro presidente.
O conselho seria o órgão formulador e consultor da política indigenista brasileira, cabendo ao SPI apenas atribuições executivas.
Rondon foi membro da Sociedade dos Amigos da América, fundada em janeiro de 1943 e presidida pelo general Manuel Rabelo, igualmente positivista e engenheiro militar, que servira sob suas ordens em Mato Grosso entre 1907 e 1918.
Reunindo militares e líderes políticos civis favoráveis aos Aliados na Segunda Guerra Mundial, a sociedade se colocava contra o fascismo, a favor da democracia e do envio de tropas brasileiras à Europa para combater as forças do Eixo.
Ativa entre 1943 e 1945, em 1944 teve sua sede fechada pela polícia do Distrito Federal.
Em 1952, já com 87 anos, Rondon levou ao presidente Getúlio Vargas o projeto de lei de criação do Parque Nacional do Xingu, destinado à preservação da flora e da fauna locais, com usufruto da área para os índios que nela viviam.
No ano seguinte, incentivou a criação do Museu do Índio.
Em 1956, já aos 91 anos e próximo da morte, apelou ao presidente Juscelino Kubitschek no sentido de salvar o SPI da desmoralização que vinha sofrendo em virtude da intromissão da política partidária na gestão do órgão.
Recebeu inúmeras homenagens nacionais e internacionais ao longo de sua vida, por sua atuação junto às populações indígenas e pelo reconhecimento do território nacional.
Em 1934, o III Congresso Internacional de História das Ciências, realizado em Portugal, deu seu nome ao meridiano 52 W, que vai da foz do rio Essequibo, na costa da Guiana Inglesa, até a foz do rio da Prata.
Em 1953, a povoação do rio Vermelho, em Mato Grosso, recebeu o nome de Rondonópolis, em sua homenagem e em 1956, o Território Federal do Guaporé teve seu nome alterado para Território Federal de Rondônia, elevado a estado em 1981.
Em 1957, foi mais uma vez indicado para o prémio Nobel da Paz, pelo Explorer's Club, de Nova Iorque.
Publicou diversos trabalhos em temáticas como cartografia, linguística, geologia, antropologia e etnografia, destacando-se os 110 relatórios da produção científica da “Comissão Rondon: rumo ao Oeste” (1942), “A etnografia e a etnologia do Brasil em revista” (1946), “Esboço gramatical, vocabulário, lendas e cânticos dos índios ariti (parici)” (1948) e “Glossário geral das tribos silvícolas de Matogrosso e outras da Amazônia e do Norte do Brasil (1948)”, ambas com o etnólogo João Barbosa de Faria, e a obra em três volumes Índios do Brasil (1955).
Morreu na cidade do Rio de Janeiro, em 19 de fevereiro de 1958.
Homenagens póstumas
Publicada em 04/05/2013 às 12:02:00
A Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia concebe o Dia de Marechal Rondônia, comemorado em 5 de maio, como uma data a ser festejada pelos rondoniense em homenagem a esse cidadão brasileiro que em muito foi responsável pelo início da colonização dessa região. De acordo com o grão-mestre da Glomaron, Juscelino Moraes do Amaral – cujas origens familiares são da mesma região onde hoje está localizada a cidade de Cárceres e também onde teria nascido Rondon – a data dedicada a esse brasileiro não deve ser esquecida, sobretudo pelos rondonienses.
A Maçonaria é uma instituição que deve zelar pela cultura e pela memória de grandes vultos da história “e para nós, que vivemos em um estado cuja origem do nome é uma homenagem ao marechal Rondon, não podemos deixar de cultuá-lo e manter na memória das futuras gerações a importância do trabalho desse homem para a nossa região”, observa Juscelino. ….
23 de Maio de 2022
GOB, GOB-MT e GOB-MA, faz homenagem ao Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon, no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros, prédio anexo à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), no Centro Político Administrativo, em Cuiabá.
Com a presença do Governador do Estado do Mato Grosso, Sr. Mauro Mendes e o Soberano irmão Múcio Bonifácio Guimarães, o Marechal Rondon, foi homenageado pela maçonaria Regional do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, pelo seu trabalho na exploração e desenvolvimento do Oeste brasileiro. A cerimônia contou com a presença de dezenas de autoridades, presidida pelo Eminente Irmão Ivo Matias, destacamos as presenças do Governador do Estado do Mato Grosso Mauro Mendes, Grão Mestre Geral e Adjunto do GOB, Soberano irmão Múcio Bonifácio Guimarães e Sapientíssimo irmão Ademir Cândido da Silva, Presidente da SAFL, Sapientíssimo irmão Arquiariano Bites Leão, Grão Mestres Estaduais, Eminentes irmãos Celestino Laurindo Júnior (MS), Altair Salésio (SC), Gerson Magdaleno (SP), Grão Mestre Adjunto da GL do MT irmão Pedro Alazans, Grão Mestre Adjunto do Grande Oriente do MT (COMAB), irmão Mauro Fernandes, Grão Mestres de honra, Irmão Adalberto Eyng (SC) e Júlio Tardim (MT), Corregedor do Tribunal de Justiça, o Desembargador José Nogueira, o Grão Mestre Adjunto do GOB-MT, Poderoso irmão Valmiro Pinheiro, as Cunhadas Jussane Guimarães e Marisa Matias, respectivas presidentes nacional e estadual da FRAFEM, entre outras autoridades presentes.
Joffre Justino