Segundo Sanders, Trump utiliza a tática da "grande mentira": repetir afirmações falsas até que se tornem aceitas como verdades, amplificadas pelas redes sociais de direita. Entre as alegações infundadas mencionadas por Trump, destacam-se:
A eleição de 2020 foi roubada.
A invasão ao Capitólio em 6 de janeiro foi um "dia de amor".
Milhões de imigrantes indocumentados votam regularmente nas eleições americanas.
A mudança climática é uma farsa criada pela China.
A Ucrânia foi a responsável pela guerra contra a Rússia.
Todas essas declarações foram refutadas como falsas, mas, para Sanders, a insistência de Trump nestas narrativas serve para desviar o foco dos verdadeiros problemas que afetam os cidadãos comuns.
O senador criticou o discurso de Trump por ignorar completamente a realidade econômica da maioria dos americanos. Enquanto Trump falava por mais de 90 minutos, não mencionou:
Que 60% dos americanos vivem de salário em salário, preocupados com aluguel, saúde e alimentação.
Que os EUA são o único país rico que não garante saúde universal a seus cidadãos.
Que os preços dos medicamentos são os mais altos do mundo, deixando milhões sem acesso a tratamentos básicos.
Que a crise imobiliária levou 800.000 americanos à situação de sem-abrigo, enquanto 20 milhões gastam mais de metade do seu rendimento com moradia.
Que a desigualdade de riqueza atingiu níveis históricos, com os três homens mais ricos dos EUA possuindo mais riqueza do que metade da população do país.
Para Sanders, essas são as questões que realmente deveriam ter sido abordadas no discurso de Trump, mas foram intencionalmente ignoradas.
Uma das críticas mais contundentes de Sanders foi ao que ele chamou de "governo dos bilionários, pelos bilionários e para os bilionários". Segundo ele, Trump não esconde que governa para a elite econômica, citando:
A presença de Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg em sua administração.
A nomeação de 13 bilionários para cargos-chave no governo.
As políticas tributárias que favorecem os 5% mais ricos, enquanto aumentam os impostos sobre a classe trabalhadora.
A grande desigualdade nos Estados Unidos, segundo Sanders, não apenas concentra a riqueza nas mãos de poucos, mas também reduz a expectativa de vida dos mais pobres. "Ser pobre ou classe trabalhadora nos EUA é uma sentença de morte", afirmou o senador.
Sanders denunciou que, enquanto Trump promete pequenas isenções fiscais para trabalhadores, seu verdadeiro plano é cortar programas sociais essenciais:
Corte de 880 bilhões de dólares no Medicaid, colocando 36 milhões de americanos em risco de perder seu seguro de saúde.
Redução de 230 bilhões de dólares em assistência alimentar, afetando milhões de famílias de baixa renda.
Ataques ao sistema de Segurança Social, preparando o terreno para futuros cortes.
Essas medidas, segundo Sanders, são um exemplo do "Robin Hood ao contrário": tirar dos pobres para dar aos bilionários.
Outra grande preocupação levantada por Sanders foi a aliança de Trump com regimes autoritários e sua postura em relação à democracia. Ele destacou:
O abandono dos valores democráticos dos EUA.
A postura de Trump favorável a líderes autoritários como Vladimir Putin.
A crescente influência do dinheiro na política, permitindo que bilionários, como Elon Musk, financiem campanhas e ditem as políticas do país.
Sanders concluiu seu discurso com um apelo à mobilização popular. Para ele, os desafios são imensos, mas a história mostra que mudanças reais ocorrem quando as pessoas se organizam e lutam juntas.
"Sim, os oligarcas são poderosos. Sim, eles controlam grande parte da economia e da política. Mas se nos unirmos, não há nada que nos impeça. Podemos vencer. Vamos vencer."