O líder parlamentar do JPP na Assembleia Legislativa da Madeira recorda que "o ano de 2024 começou com uma megaoperação judicial e arrisca-se a terminar com novo cenário de novas eleições".
"A crise política começou no PSD e no Chega. Quando se zangam as comadres descobrir-se-ão as verdades!", acrescenta o responsável.
O Chega entregou no parlamento madeirense uma moção de censura ao Governo Regional, liderado por Miguel Albuquerque, cuja discussão e votação está agendada para 17 de dezembro, depois o debate do Orçamento Regional para 2025 marcado entre 09 e 12 do próximo mês.
A votação da moção de censura tem o voto favorável anunciado por todos os partidos da oposição, o que representa a queda do governo regional.
Para o líder do JPP, "a situação política requer muita ponderação e também moderação."
Élvio Sousa sustenta que "realisticamente, o cenário de eleições não é o desejável pelos cidadãos, mas, na prática, a palavra de Albuquerque vale tanto como a de um vendedor de banha de cobra. Ninguém quer ser o seu fiador! Nem após lançar o repto!"
Ontem, Sábado, 23,11., Miguel Albuquerque apelou aos partidos da oposição para aprovarem o Orçamento Regional de 2025, mas afirmou que é o único líder partidário "sem medo" de ir a eleições.
O líder do JPP defende que "urge estar atento às movimentações e às sentinelas, sobretudo às tentativas de colagem oportunistas", recorrendo ao ditado popular que "mais vale só do que mal-acompanhado".
Miguel Albuquerque foi constituído arguido no final de janeiro num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder e prevaricação, entre outros como alegados favorecimentos de empresários pelo poder público, em troca de contrapartidas.
O social-democrata, líder do Governo Regional desde 2015, acabou por se demitir - depois de o PAN retirar o apoio que permitia à coligação PSD/CDS-PP governar com maioria absoluta -, mas venceu as eleições antecipadas de maio.
Num acordo pós-eleitoral, PSD (com 19 eleitos) e CDS-PP (dois) não conseguiram os 24 assentos necessários a uma maioria absoluta, tendo a abstenção de três deputados do Chega permitido a aprovação do Orçamento da Madeira para 2024.
Os sociais-democratas deixaram de ter, pela primeira vez em tempo de democracia e autonomia, maioria absoluta na Assembleia Legislativa da Região Autónoma.
O parlamento regional é composto por 19 deputados do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP, um da IL e um do PAN.
Entretanto, em setembro, os secretários regionais das Finanças (Rogério Gouveia), Saúde e Proteção Civil (Pedro Ramos) e Equipamentos e Infraestruturas (Pedro Fino), foram constituídos arguidos, no âmbito da operação "AB INITIO", sobre suspeitas de criminalidade económica e financeira.
De seguida um outro processo que envolve o secretário da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, também o constituíu arguido.
Miguel Albuquerque já declarou publicamente que não se demite e que o PSD está pronto para todos os cenários, incluindo o de novas eleições legislativas regionais antecipadas.