O PCP argumenta que o desinvestimento crónico no SNS, visível na escassez de profissionais, nas longas listas de espera e na falta de recursos materiais, é uma escolha política. Para o partido, esta decisão favorece setores privados que lucram com as fragilidades do sistema público. "A degradação não acontece por acaso. É uma consequência direta de políticas que visam reduzir o papel do Estado na garantia de direitos fundamentais, como a saúde", afirmam.
Paralelamente, o setor privado de saúde tem registado uma expansão sem precedentes. Planos de saúde, hospitais e clínicas privadas surgem como soluções para quem pode pagar, tornando a saúde uma mercadoria e não um direito. O PCP vê nesta dinâmica um "negócio da doença", onde o sofrimento humano é explorado para gerar lucro. Este modelo, segundo o partido, compromete os princípios de solidariedade e equidade que fundamentam o SNS.
A principal vítima deste cenário é o cidadão comum, especialmente os mais desfavorecidos, que dependem do SNS para acesso a cuidados de saúde. A degradação do sistema público obriga muitos a recorrer ao setor privado, muitas vezes endividando-se para garantir o tratamento necessário. O PCP alerta para o perigo de um sistema dual, onde a qualidade dos cuidados de saúde depende do poder económico dos indivíduos.
Como resposta a este panorama, o PCP defende o reforço do SNS com maior financiamento público, valorização dos profissionais de saúde e combate à transferência de recursos para o setor privado. O partido acredita que é essencial recuperar os valores que deram origem ao SNS, garantindo que todos tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade, independentemente da sua condição económica.
A crise do SNS, na visão do PCP, não é inevitável nem irreversível. É o resultado de escolhas políticas que podem ser corrigidas com vontade de priorizar o bem comum. O futuro da saúde pública em Portugal depende da capacidade de resistir à mercantilização da doença e de reafirmar o direito à saúde como um pilar da democracia e da justiça social.