A crescente presença do graffiti no cenário artístico global tem revelado uma nova geração de artistas que utilizam as ruas como tela para expressar não apenas sua arte, mas também questões sociais e culturais.

Três desses expoentes, Uterus, Maicongo e Benson, têm se destacado ao longo dos anos, criando uma fusão entre o graffiti old school, muralismo e as artes plásticas, cada um com sua própria visão de mundo.

Benson nasceu em Campinas, interior de São Paulo, e iniciou sua trajetória no graffiti em 2007, fortemente influenciado pela cultura do hip-hop e do skate. Desde então, tem desenvolvido um estilo próprio com raízes no graffiti tradicional, que combina estética urbana com reflexões do cotidiano. A sua carreira internacional decolou em 2018 com a participação no Meeting of Styles no Vietnã, e apesar dos desafios da pandemia em 2020, Benson manteve sua criatividade ao focar em telas e projetos mais intimistas. Recentemente, ele esteve envolvido em grandes campanhas, como o painel da Nike para a Copa do Mundo de 2022 e a coleção ZNE da Adidas lançada em 2024.

Uterus, uma artista brasileira, utiliza o graffiti e o muralismo para discutir as questões feministas e a luta pelos direitos das mulheres. Seu trabalho é uma resposta direta à hostilidade enfrentada pelas mulheres nas ruas, transformando cada intervenção artística em um ato de resistência. Uterus começou a ganhar destaque em 2022 e, desde então, participou de festivais de renome, como o Universo Paralello Festival e BRT ART, deixando sua marca com obras que celebram a feminilidade e o empoderamento.

Maicongo, por sua vez, também nascido em Campinas, vem consolidando sua carreira artística com uma mistura de graffiti, muralismo e artes plásticas. Desde 2007, Maicongo aprimora suas técnicas e estilos, buscando sempre trazer algo novo às suas obras. Para ele, o muralismo é um meio de liberdade criativa, permitindo que sua arte alcance uma audiência maior e se perpetue em espaços públicos. Sua trajetória incluiu exposições individuais, como "Arte, Liberdade e Sentimento", e eventos internacionais, onde o artista pôde expressar sua visão através de murais grandiosos.

Estes artistas têm um ponto em comum: o compromisso com a transformação social através da arte. Eles não apenas embelezam os espaços urbanos, mas também trazem à tona reflexões sobre o mundo em que vivemos. Com participações em festivais globais, colaborações com grandes marcas e uma crescente base de admiradores, Uterus, Maicongo e Benson exemplificam a força do graffiti contemporâneo como uma plataforma de voz e resistência.

Este evento, que conta com a participação destes artistas, será uma celebração da arte urbana em todas as suas formas, convidando o público a explorar e questionar a relação entre arte, cidade e sociedade. É mais do que um festival de graffiti; é um espaço de convergência entre a estética e o ativismo. Ao pintar as ruas, esses artistas não só desafiam a arte convencional, mas também transformam a paisagem urbana, infundindo nela um novo significado.

Nota do Editor

Ao acompanhar a jornada de artistas como Uterus, Maicongo e Benson, percebemos a importância de vozes independentes e corajosas que desafiam o status quo e trazem à tona questões sociais urgentes.
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