Num momento em que a AI Portugal está a lançar uma campanha contra a presença de João Lourenço nas comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974, o primeiro-ministro António Costa inicia na próxima segunda-feira 05.06 uma visita a Angola.

Na mesma visita serão assinados mais de uma dezena de acordos de cooperação bilateral, incluindo um novo programa de cooperação estratégica e um reforço da linha de crédito.

Nesta sua segunda visita oficial a Angola, a primeira foi em 2018, que terminará na terça-feira, António Costa estará acompanhado pelos ministros das Finanças, Fernando Medina, dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, da Economia, António Costa Silva, da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Francisco André.

Logo depois de chegar a Luanda na próxima manhã de segunda-feira, o primeiro-ministro português é recebido pelo Presidente de Angola, João Lourenço e após a reunião a sós entre o chefe de Estado angolano e António Costa, está prevista a assinatura ""de mais de uma dezena de instrumentos de cooperação bilateral, dos quais se destacam o Programa Estratégico de Cooperação (PEC) 2023-2027, um reforço da linha de crédito Portugal-Angola de 1,5 para dois mil milhões de euros, e o memorando de entendimento entre a administração dos portos de Sines e do Algarve e a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande onde se pretende criar ""um corredor logístico verde e digital entre os portos, fortalecendo as cadeias de abastecimento e de reservas estratégicas, particularmente no setor agrícola e alimentar"".

Entre a dezena de acordos, que serão assinados numa cerimónia presidida por João Lourenço e António Costa, o executivo português salienta que o PEC 2023-27 é o documento que enquadrará toda a cooperação bilateral entre Portugal e Angola para os próximos cinco anos.

""O novo PEC reforçará o envelope financeiro do período anterior"" e ""deverá continuar a privilegiar áreas como a educação, a saúde, a justiça e a segurança, avançando também com a promoção da cooperação em novas áreas como o turismo, a modernização administrativa, a cooperação com o setor privado, e a qualificação do capital humano"", refere um comunicado do Governo português.

Releva esse comunicado, o último PEC 2018-2022, quentinha um envelope financeiro de 535 milhões de euros, teve uma taxa de execução global de 122%.

O Governo português realça ainda a importância de um acordo fechado pelo ministro das Finanças para o reforço da linha de crédito entre os dois países e que foi elogiado pelo Presidente de Angola na recente entrevista que concedeu à Lusa e ao jornal Expresso.

Com o alargamento da linha de crédito para dois mil milhões de euros considera-se pela parte nacional que se trata de um passo crucial no sentido de ""dar músculo financeiro às empresas portuguesas, em particular face à concorrência estrangeira"" sabendo-se que os acordos bilaterais vão ainda abranger as áreas da economia, do ensino superior, infraestruturas, comunicação social e defesa.

Nesta visita, o primeiro-ministro deverá acentuar o objetivo de contribuir para a diversificação da economia angolana, uma prioridade definida pelas autoridades de Luanda, com aposta em novas áreas como a água e energia, engenharia e construção, agroindústria, turismo, indústria farmacêutica, educação ou têxtil.

""Estão previstos contactos com representantes de mais de uma centena de empresas portuguesas, provenientes dos setores das infraestruturas e construção, da banca, do setor financeiro, do retalho, da energia, do agroalimentar, da tecnologia e comunicações e dos serviços.

Esta visita foi antecedida pela realização de um Fórum Económico Portugal-Angola 2023, no Porto, em 17 de maio passado"", acrescenta o executivo de Lisboa.

Infelizmente não seguem nesta visita ONGD’s de solidariedade social e de defesa dos Direitos Humanos … e assim não se falará da repressão vivida em Angola aos ativistas pelos Direitos Humanos em Angola onde se realça uma Juventude muito dinâmica!

Na verdade, quer no plano das atividades económicas quer no plano social para os Angolanos/as, em Angola e em Portugal nunca se viveram bons momentos relacionais entre os dois países

Basta realçar que há uma crescente concentração cada vez maior quando se analisa somente as importações. Só em 2022, o Brasil foi o país de origem de 81% dos bens importados no seio da CPLP por parte de Portugal – na sua maioria petróleo e gás. E em 2021 essa percentagem foi ainda maior: 91%… consequência das estranhas fugas de empresários brasileiros para Portugal, enfim mais uma prova do fracasso da governação do amigo dos cheganos o proto fascista Bolsonaro !

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