"A situação [de Cabinda] é agravada ainda pela existência de facto de uma guerrilha conduzida pela FLEC (Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda - que luta pela autonomia daquela região)", lembrou Liberty Chiyaka em conferência de imprensa.
Entretanto defendeu que o povo de Cabinda precisa de uma nova abordagem para concretizar as suas "legítimas aspirações de paz, liberdade e prosperidade, tendo sido goradas várias expectativas de entendimento com vários dignitários de Cabinda".
"Temos propostas concretas para esta nova abordagem. Entendemos que a Assembleia Nacional, no quadro das suas competências políticas e representativas, deve tomar a iniciativa política e agendar a discussão específica de propostas que conduzam à paz democrática em Cabinda", frisou.
Defendeu que o povo de Cabinda "não precisa apenas de paz", mas também de "liberdade, democracia, autonomia local, justa redistribuição da riqueza nacional e prosperidade".
Os deputados da UNITA, em Cabinda procuram dialogar com as lideranças locais e auscultar a sociedade civil sobre o Projeto de Lei das Autarquias de Nível Supramunicipal em Cabinda.
“Uma autarquia supramunicipal deve contribuir para o combate à fome e a pobreza, concretizar o objetivo nacional da eliminação das assimetrias por via de uma distribuição mais equitativa dos recursos públicos entre o Estado e as autarquias, assegurar a prestação de serviços públicos locais e outros”, explicou Liberty Chiyaka.
A FLEC/FAC (Forças Armadas de Cabinda) reivindica há vários anos a independência do território de Cabinda, província de onde provém grande parte do petróleo angolano, evocando o Tratado, com Portugal, de Simulambuco, de 1885, que designa aquela parcela territorial como protetorado português.
O Presidente angolano, João Lourenço, em recente entrevista à revista Jeune Afrique, afirmou que a situação de segurança na província petrolífera de Cabinda é estável e a FLEC-FAC não representa qualquer ameaça para o território angolano.