A madrugada deste sábado, 16 de novembro, marca um momento histórico para Portugal. Andreia Correia, a primeira Miss Portugal afrodescendente, pisa a passarela do Miss Universo na Cidade do México, desafiando paradigmas e levantando questões sobre identidade, diversidade e aceitação no cenário nacional e internacional.

Um marco na história da beleza nacional

Andreia Correia, uma jovem de 26 anos residente em Sintra, foi eleita Miss Portugal num evento que, apesar de celebrado por muitos, trouxe à tona o que poderíamos chamar de "resistência dos Velhos do Restelo" – uma referência aos conservadores que resistem às mudanças sociais e culturais.
A sua eleição, marcada pela quebra de barreiras raciais, provocou debates intensos, especialmente nas redes sociais, expondo tanto a celebração quanto o preconceito ainda enraizado em algumas camadas da sociedade portuguesa.

Além disso, Andreia sucede Marina Machete, a primeira mulher trans a conquistar o título de Miss Portugal. Ambas as vitórias sinalizam uma nova era para o concurso, que se posiciona como um reflexo da diversidade contemporânea, desafiando os moldes tradicionais de beleza e identidade.

Um traje nacional que divide opiniões

No desfile de trajes nacionais, Andreia apresentou-se com um visual inspirado na Senhora de Fátima, um ícone profundamente ligado à religiosidade e cultura portuguesa. O traje, cuidadosamente elaborado, foi recebido com reações mistas.

Enquanto alguns o consideraram uma escolha audaciosa e representativa, outros questionaram a sua adequação, gerando discussões acaloradas entre cibernautas. A controvérsia não é novidade para a jovem, que já demonstrou capacidade de enfrentar críticas com elegância e foco.

O simbolismo além da beleza

Andreia Correia não é apenas uma competidora num concurso de beleza. Ela é um símbolo de transformação, num país que, embora tenha dado passos significativos em direção à inclusão, ainda enfrenta desafios relacionados à diversidade.

Representando uma nova geração de portugueses, a sua presença no Miss Universo desafia narrativas estereotipadas e promove uma reflexão sobre o que significa ser português no século XXI.

Entre progresso e retrocesso

É impossível ignorar o impacto de momentos como este, que muitas vezes funcionam como um espelho da sociedade. A ascensão de figuras como Andreia Correia e Marina Machete no mundo da beleza sinaliza progresso, mas as reações negativas também revelam os retrocessos que persistem. Como sociedade, estamos a avançar ou apenas a criar novos focos de resistência?

A resposta pode residir na forma como escolhemos celebrar – ou criticar – conquistas como estas. Afinal, como dizia Fernando Pessoa, "O Homem é do tamanho do seu sonho".
Andreia Correia sonhou alto, desafiou preconceitos e, independentemente do resultado na Cidade do México, já deixou a sua marca no panorama nacional e global.

Para acompanhar a final do Miss Universo e a participação de Andreia, consulte o link oficial do evento:

[Miss Universo 2024]( https://youtu.be/vP8yCWK7KB0?si=_Ox3QVM6QDmatVe4 ).